segunda-feira, 11 de março de 2013

Saudades surreais...

Não importa se estás neste ou até noutro mundo, não importa onde estejas, nem com quem for a fazer o que seja…já nada disso me importa, a vida já me ensinou a deixar certas dúvidas e interrogações num canto do acomodo, vivendo cheia dos dias e das noites... Seja como for tu fazes parte de mim, estamos ligados por um magnetismos e uma força irracional além do sensato, é como se o mundo fosse uma quimera e a nossa vida um quadro surrealista, entre traços e rabiscos difíceis de interpretar mas onde nada é impossível e tudo vai além do imaginável…

A única coisa que me importa é que tu saibas que és metade ou talvez, só, um quarto de mim, mas tu és um pedaço de história que me completa e me seduz… não sei se na tua vida estou já numa estante, ou se ainda continuo no caminho, naquele cheio de curvas e contra curvas, onde o sinal vermelho é constante para deixar passar outras pisadas que não as nossas. Não sei em que degrau da tua escada estou, nem sei se algum dia chegarei à tua porta e entrarei de vez, na casa onde tantas vezes aluguei o conforto, ou quem sabe desça para sempre e não passe do rés-do-chão…não sei… o futuro a nós pertence, nas nossas mãos sempre temos o pincel capaz de acrescentar caminhos ou atalhos, mas sabemos que a concorrência é alta… as escolhas certas ou não, acabamos por pagá-las de uma maneira ou outra…

De uma maneira ou de outra, o certo é que tu és meu, e eu sei que tu também o sabes… soubemo-lo quando cobridos por um manto de estrelas, os olhos cegaram, a boca calou, e o coração gritou de tal forma, que fez o corpo estremecer… e não há nenhuma palavra descritível… apenas o abraço que se desenhou a seguir continha todos os pós mágicos e cores que sobressaiam numa pintura onde o negro do imperfeito se impunha.

Não sou saudosista, e quando o sou também não conto, mas num momento onde a “perfeição” parece ter agarrado o nosso braço e nos arrastar para locais onde não nos encontramos, é tempo para dizer: tenho saudades de quando tudo era imperfeito…


HEsteves

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