quinta-feira, 7 de março de 2013

As Cinquenta Sombras de Helly - VI

A mensagem era curta e inteligente, não continha nem uma palavra, apenas quatro números: “03.12”. Helly sorriu, e aquele sorriso denotava um certo envolvimento inesperado e indesejado.

Aparentemente poderíamos estar perante um romance sem qualquer entrave… mas a verdade não era tão linear, Helly começou a debater-se com uma dualidade de sentimentos, com dúvidas e medos, e isto só acontecera porque ela passou, de facto, a achar graça, ao homem mais amado e idolatrado por uma das suas amigas. Além disso, o coração dela não estava totalmente vazio, metade, ainda, se encontrava preenchido por uma relação instável, mutável, e arrebatadora, mas que parara por motivos inerentes e ao mesmo tempo previsíveis… Ela não contava ter encontrado alguém, sentia-se demasiado ligada à relação anterior, mas as oportunidades de ser feliz não tiram senha e esperam em fila até chegar ao gabinete de receção, ou lhes damos a mão na hora ou elas partem sem dizer “ eu não nasci para esperar!”

Porém, Helly decidiu ficar quieta, quando temos dúvidas é a deliberação mais sensata. Não só devemos pensar na dor que causaremos ao outros, mas também a nós mesmos… entrar de arrojo numa paixão desnorteada poderia não ser a tal oportunidade “feliz”. Então, dar tempo ao tempo e deixar que tudo se torne mais nítido.

Porém, ele estava empenhado a conquistar-lhe o coração ou lá o que fosse… e trocaram mensagens e conversadas a semana inteira. Helly, quando achava que a conversa estava a ir pelo rumo errado, friamente, cortava e travava-a com pontos finais ou simplesmente se emudecia.

Apesar de manterem um contacto diário, queriam manter uma certa discrição, pelo menos, inicialmente, mas, costuma-se dizer que quando nos apaixonamos ficamos com parte dos neurónios “desligados”, agimos mais por impulsão do que por calculismo.

Quando se voltaram a ver, ela estava sentada numa mesa, rodeada de amigos, em vez de lhe dar as normais “boas noites” e seguir, não! Cumprimenta todos e quando se aproxima dela, os olhos brilham mais que a lua, e dá-lhe um abraço, denunciando uma cumplicidade desconhecida pelos restantes.

HEsteves

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