Adoro os domingos em que visto umas leggins, qualquer blusa
que jogue minimamente, uns ténis, não me maquilho e quase não me penteio,
óculos de sol, carteira debaixo do braço e, relaxadamente, vou às compras para
casa. Imagino-me assim nos próximos anos…livre, autónoma e independente…
Meto-me no carro, abro a janela para sentir o sol e o vento
ameno, que apesar de adversos fazem uma boa conjugação nesta época do ano, a
prova de que os contrários são aprazivelmente complementares.
Pouco antes de chegar a casa, passa uma música que me transcende
e me enche daquela saudade “mansinha” e secreta… Não é muito usual isto me
acontecer, mas repete-se pela segunda vez, talvez pela invulgaridade da música
na rádio, ou pela invulgaridade da pessoa a que a relaciono… Talvez uma das
pessoas que mais gostei de conhecer até hoje.
Desprendo-me desse estado de alma, levo as compras para
casa, na rua encontro as vizinhas na cavaqueira, cumprimento e dou dois dedos
de conversa, entro em casa, recebo os cumprimentos da minha gata, que me sentiu
mal tinha chegado à porta, depois vou continuar os trabalhos de arrumação que
tinha deixado em meio… um ou dois espirros do pó… quando concluí, senti
aquela sensação fantástica de missão cumprida.
Lanche com os papás e continuação de um filme, que deixo em
meio porque adormeço e me entrego ao conforto do sofá.
Entre mais uma ou duas coisas, a descrição de um domingo… e
a certeza que o bem-estar é feito de coisas simples e de espíritos quedos e ditosos…
Bem-haja
HEsteves