segunda-feira, 4 de março de 2013

As Cinquenta sombras de Helly - V

Ela, a quem vamos passar a chamar Helly, entrou em casa, respirou fundo, subiu até ao seu quarto e dormiu, dormiu para esquecer tudo o quanto se estava a passar, não querendo acreditar que algo tão impensável e contraditório pudesse estar a tomar força.


Na manhã seguinte, o sol entrava pela vidraça, os chilrear dos pássaros era o despertador mais agradável que podia ouvir. Sentou-se na cama, espreguiçou-se e esticou o braço para agarrar no telemóvel que estava ali, mesmo ao lado na banca de cabeceira, ligou-o e passado uns segundos, eis que o mesmo vibra acusando duas mensagens. Helly pensou, por momentos, que pudesse ser ele; mas depressa constatou que se enganou, era apenas uma mensagem da operadora e outra de uma colega de trabalho pedindo ajuda para um relatório.

O dia decorreu com alguma tranquilidade, um domingo calmo e lasso, onde as tardes no sofá são ternas e compassivas, passamos pelo sono, acordamos, enroscamo-nos, esticamo-nos, sentamo-nos, e aquele amigo leal, o sofá, aguenta todos os nossos “ bichos carpinteiros” sem se queixar e sem pedir explicações, acolhendo-nos e aconchegando-nos cada curva do nosso corpo.

Já pela tardinha, depois de ter assistido a uns três ou quatro filmes, e já sem estar à espera do que quer que fosse, o telemóvel volta a dar sinal. Era ele.

HEsteves

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