quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O meu vizinho

Caros leitores,
Sei que estou em falta... e não há desculpas para tal. 
Talvez a única verdade, é que a pessoa que escreve hoje já não é a mesma da que escrevia há uns tempos atrás, as motivações de outros tempos serão apenas pretéritos imperfeitos, e quando digo "imperfeitos" quase se traduz literalmente.
Mas hoje não venho escrever de mim, ou até escreva, afinal a tudo quanto dedicamos atenção e tempo já é um bocado de nós... o que me trás a escrever hoje, passado tanto tempo, é o facto da minha rua estar mais triste, sim, a minha rua não é muito grande, e nem mesmo assim, as casas têm sempre vida, umas pela ausência e moradia noutros lados, outras pela labuta dos dias e das rotinas... e hoje, eis, mais uma luz que se apaga...
O meu vizinho com mais anos nesta rua, e consequentemente com mais anos de idade, partiu  para uma outra morada, foi tudo muito rápido... quando me apercebi que estava doente, percebi também que o adeus se anunciava...
 A sua companheira também está velhinha e doente, reside num lar, se lhe perguntar quem sou, não me reconhecerá, mas com certeza reconhecia o carinho que o seu marido lhe tinha... todos os dias às 14 horas, hora da visita, se apresentava na porta da instituição... Coisas que nem sempre reparamos, pormenores que compõem histórias e que as torna tão belas. 
Há quadros que nos perduram na memória, ou pela beleza da simplicidade ou por serem simplesmente bonitos, a imagem do meu vizinho a caminhar para o lar sempre à mesma hora, a subir a rua com um cesto de compras de rodinhas, ou, apenas, a regar o hortelã, que floresceu de entre os paralelos cinzentos da rua e que a aromatizava quando as gotas de água o refrescavam... serão apontamentos que perdurarão na minha memória e na história desta Rua de João Frade.

HE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Gelando no "calor" ...

"Dá tempo..." 
Todos segredam...
Mas se tivesse uma outra metade de si num lago frio? Daria tempo?
É que quando o lago gelar não há pontinha de pé que lá entre...

HE

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Voltamos...

Voltamos sempre que a tristeza nos invade...voltamos quando os dias parecem meses e os meses parecem anos, os anos milénios e o tempo parece parar no relógio dos que anseiam ver o presente passar...voltamos quando as palavras se secam na garganta, e as lágrimas formam lagoas serenas nas margens dos nossos olhos...voltamos quando o medo nos aperta o coração, sem aviso prévio, numa reunião de trabalho, no carro, no cinema, na encruzilhada para casa ou até mesmo na almofada que abafa soluços e segreda ao nosso ouvido músicas de embalar que fogem levemente pela insónia adentro...
Voltamos, sempre, quando não sabemos para onde ir...
Voltarei, aqui, sempre que as palavras escritas e o silêncio de quem as lê me der alento para buscar o que se devia manter e se perde sem eu acenar...

HE

quarta-feira, 3 de junho de 2015

...

Na desenfreada busca pela sobrevivência, eis que o tempo é imperador e marca presença ao som do imponente tic - tac, ou de outro qualquer som que a nossa mente criativa imagine e reproduza.
No passar “mansinho” dos dias em que a vida parece ir correndo com umas pantufas de lã, sem sabermos o que já percorremos ou que teremos de percorrer, outros elementos, hostis, que a compõem vão dando sinais… competindo uns com os outros, chegam a ser incompreensíveis os seus significados, tal como o seu verdadeiro valor e peso … e por isso, os encéfalos, por vezes, não sabem se se trata de falta de compromisso, falta de responsabilidade, falta de lembrança, falta de tempo, falta de critério, falta de competência, falta de rigor, falta de brio, falta de capacidade, falta de vontade…
Seja como for, é notório e não deixa qualquer tipo de dúvida…há algo que falta… num percorrer tão breve pelo hemisfério, onde muitas das vezes nem meia volta damos ao globo, há uma enxurrada de faltas que deviam estar presentes em cada acordar e em cada dia, para que, os mesmos, se desenhassem dentro dos âmbitos éticos, deixando a desmotivação à boa maneira de cada um, guardada num cantinho da despensa. Sobreviver às faltas de presença de isto ou aquilo, é triste e difícil para quem, ainda, parece motivado.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Tag 7 Coisas e Tag Amo/odeio

Hoje trago um post diferente! Fui nomeada pelo Dream Girl (Madalena Rabaça), grande protagonista do blog fantástico "Sweet Dreams"para a Tag que se segue. No final, vou nomear 10 blogs a fazerem o mesmo e, quem for nomeado não poderá esquecer-se de colocar as imagens da Tag e as pessoas/blogs que os nomearam. 
 
 


7 coisas a fazer antes de morrer

- Ir em uma missão
- Ganhar o euromilhões
- Visitar Istambul
- Casar
- Ter filhos
- Aprender a tricotar
- Escrevero testamento

7 coisas que mais digo
- Hallo!
- Estejam calados!
- Sei lá!
- "Touca"
- Deixa-me!
- "Dadinha"
-Vou fazer pipi...

7 coisas que faço bem
- Dormir
- Ler
- Ouvir
- Escrever
- Mimar
- Guardar segredos
-Facilitar

7 coisas que não faço bem
- Cumprir horários :s
- Problemas matemáticos
- Compactuar com mentiras
- Aceitar racismos
- "Descambar" com os de casa
- Falar inglês
- Comprar roupa quando não preciso

7 coisas que me encantam
- Amor
- Crianças
- O canto dos pássaros
- Fotografias
- Palavras
- Abraços
- verão

10 coisas que amo
- Familia
- Namorado
- Amigos
- As minhas crianças
- Teatro
- O meu sofá
- A minha gata
- Fanfarra
- A minha casa
- A minha terra

10 coisas que odeio
- Frio
- Vento
- Violência
- Doenças
- Intrigas
- Dúvidas
- Incompetência
- Perder algo
- Ter azia
-Estar aborrecida

Indico/Desafio:
Pedacinhos de mim, do blogger André Sousa, que gosto de seguir!

                                                                                                                                       HEsteves


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O meu gorro

Perdi o meu gorro cor-de-rosa!
Quem bem me conhece sabe que não sou de futilidades, nem apegada a bens materiais ou ao dinheiro... Cada coisa tem o seu fim, nesse contexto, penso que nos devemos servir, gastar e usufruir. Claramente e para não parecer insensível ao valor das coisas, usar e desfrutar à medida de cada um, pois dar passos maiores que as pernas nunca foi boa ideia e acaba sempre por nos "levar" ao chão. Também não gosto de perder as coisas, mas às vezes lá acontece...e a conformação chega depressa!
E perante isto, até a minha mãe me pergunta: Porquê um desgosto tão grande por causa de um gorro?
Tentei explicar: o gorro cor-de-rosa não é somente um gorro! Gorros há muitos! O problema é que aquele gorro era um gorro com uma "história sentimental", aquele gorro contem a memória de uma viagem a Londres, onde me senti cheia de mim e cheia de tudo o que me rodeava sem nada me pesar... Um gorro que simbolizava uma viagem, um presente de natal, a lembrança da cidade londrina e os bons dias de férias que lá passei... aquele gorro era mais que um gorro...era um valor sentimental!
Fiquei triste de o ter perdido, o máximo que pode ter acontecido é ter ido para ao lixo ou alguém o ter apanhado, e, um dia, lá, passo por uma pessoa que leva o meu gorro na cabeça e um pedacinho de história minha... Perdi-o à entrada do hospital de Portalegre ou no parque de estacionamento do modelo, no caso de alguém o encontrar e ler este post, lembre-se na alegria e no sorriso que me dava se me o devolvesse. Uma das maiores dividas que podemos ter é a gratidão.



No entanto, como se costuma dizer: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos... neste caso, foi-se o gorro, ficou o cabelo... O bom disto é que ainda consigo ironizar! 

Bem-haja, e usem gorrinhos que está muito frio!

HEsteves

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Amiga C

Há muito que tenho andado para escrever sobre ela, mas às vezes é difícil encontrar palavras que reflictam o que sentimos ou o que pensamos tendo a imagem de alguém.
Não sei se hoje tenho as palavras certas... mas vou correr o risco, dedicando-lhe este post.
Quando a conheci era loira, um loiro quase branco que só por si chamava a atenção, contudo depressa troquei a atenção do cabelo pela forma como soletrava as palavras doces e simples e pelo modo como  gestualizava as conversas. Falámos de nós, de quem éramos, de teatro e da vida...e houve logo grande empatia.
Não é das minhas amigas mais próximas, não lhe conto metade da minha vida, embora sinta que o pudesse fazer, não saio com ela à noite e não temos grandes farras juntas, mas é uma daquelas pessoas que gosto sempre de encontrar e que tem sempre um sorriso ou uma palavra amiga, e quando digo amiga, sinto mesmo que é assim... Traz nos olhos o espelho da sua alma, e nos lábios o sorriso bonito de quem é leve, generoso, distinto.
Talvez já tenha sofrido bastante, tenho em mim a teoria que as pessoas mais doces são as que já provaram grande dissabores na vida...no entanto são de uma natureza tão sólida e compacta, que tal como as roseiras brotarão sempre botões, por muito podadas que sejam...
Não costumo frisar nomes, e penso que nem preciso, mas caso ainda tenhas dúvidas, nunca me hei-de esquecer quando um dia à porta de certo bar, numa conversa de amigas, disseste: " Se algum dia me for embora, és umas das pessoas de quem levo memória." Serei uma das pessoas de quem levas memória e uma das pessoas que te recordará... Que nesse mesmo bar, voltemos a falar, quiçá deste post, e a beber um copo à amizade a às pessoas que valem a pena ser relembradas.
Bem-haja.

HEsteves