" Cavaleiro de armas vastas, heroi de lutas e guerras, suas espadas estavam gastas...seria assim um cavaleiro, de armas vastas vencido, mas o seu coração sabia, que o sonho de ser cavaleiro heroi, nao estava perdido..."
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Menina de sonhos
Menina a quem a sorte não tem sido pertinente, a quem o destino não tem sido amigável, a quem os sonhos não têm sido concretizáveis…
Largou o berço para viver a liberdade, mas continua pressa…pressa a encantos e desencantos, ilusões e desilusões… Não tem uma “arte” concreta, vive de incertos…Apaixonou-se pelo homem errado, deu-lhe o amor irrecuperável, fantasiou o inexistente…A carência leva-a a fortes amizades, tantas vezes promíscuas…
Menina a quem rotularam, a quem estigmatizaram… menina que se perde tantas vezes nos labirintos que as suas lágrimas traçam pela face…menina mulher, que mesmo sabendo que não tem nada…prefere continuar a sonhar…
Eu gostava de ser como ela, viver sonhando…
Largou o berço para viver a liberdade, mas continua pressa…pressa a encantos e desencantos, ilusões e desilusões… Não tem uma “arte” concreta, vive de incertos…Apaixonou-se pelo homem errado, deu-lhe o amor irrecuperável, fantasiou o inexistente…A carência leva-a a fortes amizades, tantas vezes promíscuas…
Menina a quem rotularam, a quem estigmatizaram… menina que se perde tantas vezes nos labirintos que as suas lágrimas traçam pela face…menina mulher, que mesmo sabendo que não tem nada…prefere continuar a sonhar…
Eu gostava de ser como ela, viver sonhando…
HEsteves
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Os raios de sol penetravam por entre os bordados do cortinado, tu ajoelhaste-te à minha cabeceira e sussurraste: “ Lena, enquanto dormes, vou ver televisão, mas tenho frio”. Abri-te a cama, dei-te o comando e virei-me para o outro lado. Passado algum tempo, senti as tuas mãos percorrerem-me os cabelos e o teu murmúrio: “Lena, já é tarde, acorda!” e foi então que acordei, que acordei verdadeiramente…
HEsteves
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Como o Arco-Íris perdeu a cor
"Como o arco-íris perdeu a cor,
os pássaros deixaram de cantar,
o mar secou,
as nuvens desvaneceram-se,
a lua perdeu o brilho
e o sol já não tem calor.
Quando se está triste
tudo perde o sentido,
tudo fica estranhamente diferente,
feio,
desolador.
Como o arco-íris perdeu a cor
todos perdemos algo ou alguém,
todos sofremos algum dia,
nos sentimos desprezados
e pensámos que o mundo estava contra nós,
que ninguém nos ama
e que não vale a pena entrar numa causa perdida
antes de ser começada.
Como o arco-íris perdeu a cor
nós cortámos a corda que nos prende a garganta
mas passado algum tempo sentimos falta do seu aperto,
do seu conforto desconfortante,
daquilo que ela representa para nós.
Quando o arco-íris perdeu a cor
perdeu o encanto, a magia, a alegria.
Vamos voltar a pintar o arco-íris porque ele assim não é feliz
não se destaca,
não vive,
não é ele próprio.
Vamos pintá-lo de todas as cores
para que voltemos a sorrir quando olharmos para ele,
quando os nossos olhos se reencontrarem com ele
e com a sua beleza.
Então, com cuidado, pega num pincel e pinta o teu Mundo da cor
que quiseres,
com cores alegres ou tristes,
bonitas ou feias,
mas lembra-te que a decisão é tua
porque no teu mundo niguém manda.
Ninguém."
Ana Rita Ramos
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Súplica
"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada."
Miguel Torga
sábado, 9 de outubro de 2010
Quero estar "sem" ti...
Procuro a fé que se perdeu a cada noite, arrumei o terço a um canto, deixei de pedir que regressasses um dia, esqueci-me de sentir a tristeza da tua herança… foi-se sufocando a esperança que por entre assombros de alma gritava num tom suave mas constante.
Deixei de ouvir este grito aprazível, cai na solidão do silêncio, desacreditei nos sonhos e dei lugar ao cansaço atrofiante de cada dia. O corpo obedece à rotina que instalei, mas a alma, essa, foge, é insubmissa e insensata, e por suspiros e lágrimas secas, traz-te até mim…e porque vens tu? Deixa-te ficar lá na sombra do esquecimento! Quero descansar sem a tua imagem, dormir sem te sonhar, ser feliz com a melancolia que me deixaste…Dizem por aí que quando sonhamos com alguém é porque a pessoa adormeceu a pensar em nós…Será verdade? Se é, faz-me um favor. Não penses. Deixa-me estar sem ti.
Deixei de ouvir este grito aprazível, cai na solidão do silêncio, desacreditei nos sonhos e dei lugar ao cansaço atrofiante de cada dia. O corpo obedece à rotina que instalei, mas a alma, essa, foge, é insubmissa e insensata, e por suspiros e lágrimas secas, traz-te até mim…e porque vens tu? Deixa-te ficar lá na sombra do esquecimento! Quero descansar sem a tua imagem, dormir sem te sonhar, ser feliz com a melancolia que me deixaste…Dizem por aí que quando sonhamos com alguém é porque a pessoa adormeceu a pensar em nós…Será verdade? Se é, faz-me um favor. Não penses. Deixa-me estar sem ti.
HEsteves
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
A dor das "Pétalas"...
Usava um vestido leve e esvoaçante, prendia o cabelo escuro com um travessão dourado, na mão levava uma frágil Margarida, e descia pela rua num ar tão sublime e descontraído que parecia caminhar sozinha pela calçada.
Sem mais nem menos “paralisou”, ficou como estátua. A sua visão alcançara algo. A rua parara, era como se não houvesse movimento à sua volta, os sons ecoaram, apenas se ouvia o bater descompensado do seu coração, tum-tum-tum-tum, o sol escondeu-se nas nuvens, o vento cortava o ar…alguém caminhava na sua direcção, olhou-a nos olhos e pronunciou: “ Eu gosto de ti”.
Ela deixou cair a flor no chão, não conseguiu balbuciar uma palavra…ele baixou-se, apanhou a flor, esticou-lhe o braço e repetiu: “ Eu gosto de ti”.
Ela respondeu-lhe: “ Tu serás, certamente, quem eu mais gosto”, pegou na flor e à medida que a desfolhava dizia: “ Mas preciso de respeito, amizade, admiração, sinceridade, carinho, fidelidade, amor… pois sem isto não seriamos nada, tal como a flor sem pétalas…A beleza está no conjunto e não num só…Não penses que podes suportar a felicidade só contigo, ou serás o mais infeliz de todos…”
Escorregou-lhe uma lágrima pela face, virou costas e correu…ele ficou ali, cheio de pétalas aos pés…
HEsteves
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O LEPROSO
"(…) A solução está em não haver solução. E esta forma divertida de aceitarmos que a vida seja como é, este modo sossegado de cooperarmos com o inevitável, significa para nós uma serenidade que é um tesouro sem preço.
Para os outros, somos somente a lembrança desagradável de que não passam, também eles, de leprosos adiados e de futuros cadáveres; de que, sem dúvida, não terão neste lugar o seu paraíso, por mais que façam crescer o saldo da sua conta bancária.
Somos um grito em forma humana, um aviso irrecusável, uma censura que inevitavelmente se aloja no fundo das consciências.
E, por isso, fomos empurrados para estas cavernas. O que, de resto, não nos incomoda demasiado, pois todo o planeta é, de certo modo, uma caverna. Lembramos perfeitamente a frase da mulher santa de Ávila, quando disse que esta vida não pode ser mais do que uma má noite numa má pousada.
Não querem cruzar-se connosco. Desejam abraçar sem perturbações a voragem alucinante do seu caminho de prazer e vaidade.
E viemos para estas cavernas. Os idosos foram expulsos das suas famílias e encerrados em “lares”. Planearam a eutanásia para se verem livres dos doentes. E abortaram aqueles que poderiam vir a nascer com deficiências. E muitos foram abandonados às suas dores na solidão de negros hospitais. E fizeram muitas outras coisas.
Mas, do fundo destes buracos, temos um segredo para lhes dizer.
Quando, num momento de lucidez, descobrirem que tudo é vazio, venham ter connosco. Quando não souberem como fazer dos filhos homens direitos, passeiem com eles por um cemitério, sentem-se com eles à beira de um doente que sorri no leito onde vai morrer, levem-nos aos lugares onde há crianças esfomeadas a brincar, descalças e alegres.
Sim, podemos contar-lhes o segredo da alegria, o segredo da bondade das coisas más, o segredo da plenitude que habita as coisas simples."
Para os outros, somos somente a lembrança desagradável de que não passam, também eles, de leprosos adiados e de futuros cadáveres; de que, sem dúvida, não terão neste lugar o seu paraíso, por mais que façam crescer o saldo da sua conta bancária.
Somos um grito em forma humana, um aviso irrecusável, uma censura que inevitavelmente se aloja no fundo das consciências.
E, por isso, fomos empurrados para estas cavernas. O que, de resto, não nos incomoda demasiado, pois todo o planeta é, de certo modo, uma caverna. Lembramos perfeitamente a frase da mulher santa de Ávila, quando disse que esta vida não pode ser mais do que uma má noite numa má pousada.
Não querem cruzar-se connosco. Desejam abraçar sem perturbações a voragem alucinante do seu caminho de prazer e vaidade.
E viemos para estas cavernas. Os idosos foram expulsos das suas famílias e encerrados em “lares”. Planearam a eutanásia para se verem livres dos doentes. E abortaram aqueles que poderiam vir a nascer com deficiências. E muitos foram abandonados às suas dores na solidão de negros hospitais. E fizeram muitas outras coisas.
Mas, do fundo destes buracos, temos um segredo para lhes dizer.
Quando, num momento de lucidez, descobrirem que tudo é vazio, venham ter connosco. Quando não souberem como fazer dos filhos homens direitos, passeiem com eles por um cemitério, sentem-se com eles à beira de um doente que sorri no leito onde vai morrer, levem-nos aos lugares onde há crianças esfomeadas a brincar, descalças e alegres.
Sim, podemos contar-lhes o segredo da alegria, o segredo da bondade das coisas más, o segredo da plenitude que habita as coisas simples."
(Paulo Geraldo)
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Dia Do IDOSO
“Se esta velha pedra visse
O que fomos aos vinte anos
Ais, amores, sonhos, desenganos
Talvez a pedra sorrisse
Mas, se tivesse olhos e olhasse
Os espectros que hoje somos
Tão diferentes do que fomos
Talvez a pedra chorasse.”
António Nobre
O que fomos aos vinte anos
Ais, amores, sonhos, desenganos
Talvez a pedra sorrisse
Mas, se tivesse olhos e olhasse
Os espectros que hoje somos
Tão diferentes do que fomos
Talvez a pedra chorasse.”
António Nobre
( Aos nossos mais velhos..." Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos!Estimulemos o Envelhecimento Activo!!!Até porque também já tenho cabelinhos brancos;) )
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