terça-feira, 23 de março de 2010

Doi...


Por entre os tons cinzentos do céu, eis-me ali, escura e tristonha, terás que acelerar o passo, porque verto água com muita facilidade e quando ninguém espera. E vivo neste vaivém de água, saltando poças e pocinhas…há dias em que o sol parece irradiar alguma luz, mas ela depressa se esvai com essa frieza morna com que me tocas ao de leve…é como se eu fosse uma vela que mantém a chama direita, mesmo chorando lágrimas de cera quente, e tu és a aragem, o vento que sopra de mansinho, que chega sem eu me dar conta e apaga lentamente o pouco calor que, ainda, me resta.
Mas mesmo pequenina, já quase sem luz, sendo só, já, quase cinza, continuo com um calor suave e subtil, porque transbordo muita vontade de sempre sorrir, mesmo que seja um sorriso pendurado por duas gotas de água leves e nítidas.
E são estas gotas que me tornam fulgurante e às vezes imperceptível, elas podem não ser sinónimas e trazem a dúvida, elas podem descrever-me por linhas de alegria ou sofrimento. Podia dizer que estou feliz, porque aprendi a viver com a felicidade na tristeza e na dor… mas hoje vou seguir o teu conselho, quase que ouço essa tua voz meio rouca, e sem medo do que os outros possam pensar, criticar, sentir, vou ser mais fria, menos compassiva, e vou dizer a verdade tal como ela é, doa a quem doer, sabendo sempre que a maior dor será minha.
E dói-me…
Dói-me muito saber que é por ela que coras e tremes, só porque ela te disse um “amo-te” e mais meia dúzia de palavras bonitas, que perdem a beleza, simplesmente, porque nenhuma delas tem significado, tem cor, tem cheiro, tem forma… e consola-me saber, mesmo sem tremeres por mim, que o “AMO-TE” que te digo agora e aqui é muito mais bonito que qualquer outro, simplesmente, porque tem história, tem forma, tem cara, tem nome, tem sentimento, tem verdade… dói-me quando dizes que queres arriscar e atirar-te de cabeça, embarcando para uma terra e para uma pessoa desconhecida, dói-me saber que hesitaste sempre, quando te pedi para embarcares comigo para longe, e nunca quiseste ir, porque achavas uma loucura abandonar as coisas, que embora poucas, te prendiam às tuas raízes, dói-me saber que perdeste a lucidez e te dão espasmos de loucura e te tornas tão pouco racional para umas coisas e tão cauteloso para outras, dói-me saber que vou ter saudades tuas se partires, dói-me saber que vou voltar a refugiar-me no silêncio e a sofrer calada…
Mas o que mais me dói…é saber que te perco…e a dor, ainda, afinca quando percebo que não te perco para ela, mas para o medo…
Porém, acredito que o teu coração pode vir a perder esse medo e a descobrir, finalmente, que zangarmo-nos, separarmo-nos é fácil, mas zangarmo-nos, separarmo-nos com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa é difícil, e se bem me lembro essa nossa separação foi tão incerta, o nosso motivo era tão invisível e vago...
Talvez um dia percas esse medo que te domina hoje, ou talvez o feches em fúria ou em depressão e o escondas no mundo do nunca, para ninguém mais o abrir, tal como aconteceu na história da caixa de Pandora, acreditando que era a culpada de se espalharem pelo mundo todas as desgraças e enfermidades. Só a esperança permaneceu dentro da caixa para salvar os mesmos homens.
Quero acreditar que também a esperança nos vai salvar… e me salva a mim, a ti, a nós…e que neste momento, mergulhado no teu silêncio, consegues ouvir a minha voz, voz que sempre te tocou, consegues sentir a minha cabeça no teu ombro, a minha mão sobre a tua e o meu olhar que docilmente te pede protecção e te protege atentamente pelo teu caminho…
Acho que nunca consegui perceber muito a fundo o que nos separou, o que faltou, o que correu mal…mas percebo que é comum perdermos o bom por querermos melhor, egoístas, talvez, mas eu não quero melhor, chega-me o teu jeito, o teu sorriso, o teu olhar, a tua personalidade, embora saiba que às vezes é difícil gostar de ti…mas sem saber como, és metade da minha metade, e estou completamente incompleta, és aquele ser a quem nem sempre apoiei por te querer bem, és aquele ser, que eu admiro e respeito, tal como és…és aquele ser que me fascina mesmo depois de me ter mostrado o pior lado do amor, mas fizeste-me descobrir que existe em nós sempre uma outra pessoa, pessoa que aprendi a ser contigo e que nunca mais voltou, desde que abalaste!
Também Ulisses abalou um dia…até que Penélope ouviu os seus passos de regresso, regressava a casa, cansado de ser herói, mas com vontade de ser marido…tu, se quiseres fazer parte da minha vida, ser aquele amor que nos vislumbra e morre connosco, talvez ainda venhas a tempo…talvez eu, ainda, consiga ouvir os teus passos e te abra o coração que te dei desde o primeiro dia.
Até lá, e porque a vida nem sempre é como desejamos, sei que o melhor dia chegará contigo e espero por ti sem esperar…
“ Para onde quer que tenhas ido, onde quer que estejas, estarás sempre comigo para além do tempo”.

HEsteves

domingo, 21 de março de 2010

Do que me valeu?


Do que me valeu?
Neste momento são várias as vozes que soam aos meus ouvidos, é quase como se tivesse o diabo de um lado e o anjo do outro… e uns dizem-me e julgam-me como fraca, outros acham que fiz a escolha certa e que “vergando” e sendo vulnerável é o mais correcto…eu não sei o que está correcto ou errado…e ensurdecedi, nada do que me dizem, já, quero ouvir…
Não vou dizer que voltei ao zero, mas sei que baixei outra vez na escala, e o valor que tinha atingido e conquistado até hoje decresceu… volto para aí se calhar ao nível 3…não estou de rastos por completo, mas estou à beira do negativismo outra vez…
Mas afinal do que me valeu duas horas de companhia? Do que me valeu sentir-te outra vez do meu lado? Do que me valeu poder tocar-te levemente? Do que me valeu voltar a sentir de perto o teu cheiro? Do que me valeu ouvir aquilo que me disseste? Do que me valeu dizer-te que és tu, tu que ainda estás em mim…? Do que me valeu tudo isto, se continuo a ser o que já não sei ser sem ti…se continuo a ser aquela pessoa que aprendi a ser depois de te perder…e continuo a viver infeliz com o sorriso no rosto…

HEsteves

sábado, 20 de março de 2010

Dia Mundial Da Árvore


O Dia Mundial da Árvore ou Dia Mundial da Floresta festeja-se em 21 de Março. A comemoração oficial do Dia da Árvore teve lugar pela primeira vez no estado norte-americano do Nebraska, em 1872.


A UMA ÁRVORE
Árvore
Quando eu morrer hás-de ficar.
Hás-de ver o passar doutras Estações.
Hás-de ouvir as canções
De uns outros ninhos, noutras Primaveras.
Junto de ti, meu filho há-de sonhar
Minhas antigas, fúlgidas quimeras.
Árvore
Quando eu morrer, hás-de falar
De mim, que te plantei.
E, em cada ramo novo que brotar,
Serás um gesto meu a perdurar:
- Por ti, não morrerei …


Francisco Bugalho

" Fazes-me Falta"

Encontros de pele, de ideias, de atmosferas, flutuando como nuvens para paraísos do esquecimento. Acreditavas que o sentido da vida estava nesses encontros, e confronto-me agora com a falta que tu me fazes. Tu roubas-me o sentido, viciei-me nesse roubo, talvez seja ainda um vício do sentido, o supremo. Nós nunca fomos cúmplices, sabíamos demais um do outro. Éramos promíscuos. Dedicávamo-nos a combater o pensamento um do outro para chegarmos à névoa humana. Traías-me, traíste-me inúmeras vezes e nunca chegavas a tocar a fímbria da traição. Diziam que eu te perdoava tudo. Como se iludiam. Nunca tive nada para te perdoar, vejo-o agora com uma nitidez impossível… éramos imperdoáveis, seres imperdoáveis um do outro, cascos naufragados no negro incêndio do mar.”
Dei-me a outras pessoas por causa de ti – para te deslumbrar, sim. (…) Inventei um grupo de amigos à tua medida – fui deixando cair todos aqueles que me parecia que tu não aprovarias. Dei-me a tudo o que tu amavas e fiz de conta que era inocente, ou, pelo menos, perversa, para não te perder. Dei-me depois ao ressentimento de não te ter, à maledicência de ti, por não saber ser-te indiferente. Dou-te agora também a minha morte, para que finalmente fiques do meu lado.”
“ Mas até aquilo que eu mais resistia em ti se tornou carne da minha carne. Adoptei-te amores e ódios… nunca me cansei de ti; cansei-me apenas do teu cansaço de ti mesma.”“ Quem bem te amar faz-te chorar.”

Ines Pedrosa, " Fazes-me Falta"

quarta-feira, 17 de março de 2010

IR...

Às vezes tenho muita vontade de pegar no telefone e ligar-lhe,mas tive de deixar de lhe ligar para poder ama-lo como sempre...e a vida vai passando por mim e eu pela vida...dizem por ai que é bom morrer de amores e ir vivendo, eu acho exactamente o contrario...é muito mau ir vivendo e morrendo um bocadinho todos dias...quantas vezes nao morri antes de morrer...
HEsteves

terça-feira, 16 de março de 2010

Onde está o amor?



"Vale a pena pensar nisto"..."onde estão os valores da humanidade?" "Onde está a humanidade?"

DIA INTERNACIONAL DO SERVIÇO SOCIAL

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CONTRA A POBREZA
CONTRA A EXCLUSÃO SOCIAL
CONTRA AS INJUSTIÇAS SOCIAIS
CONTRA A DESIGUALDADE SOCIAL
CONTRA A FOME
CONTRA A VIOLÊNCIA
CONTRA OS MAUS-TRATOS
CONTRA A SOLIDÃO
CONTRA A TRISTEZA
CONTRA OS PRECONCEITOS
CONTRA OS ESTEREOTIPOS
...
SOMOS A FAVOR DA IGUALDADE, DA EQUIDADE,DA DISTRIBUIÇÃO, DA PARTILHA, DA INTEGRAÇAO, DA RE(INSERÇÃO)...
ACEITAMOS A DIFERENÇA, LIMAMOS ARESTAS E CAMINHAMOS PARA A MUDANÇA...
"TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS", "UM POR TODOS, TODOS POR UM"

HEsteves

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ser amada ou n ser?

Hoje estou rabugenta e sem inspiração...
Estou para aqui a discutir a importância entre uma boa queca e um sentimento verdadeiro com um amigo...lol...vê-se mesmo que nao temos nada para fazer!tanto discuti, até que o calei com uma simples frase: "precisamos muito mais de nos sentirmos amados do que "fodidos" "( desculpem-me a linguagem, sabem que nao sou destas coisas, mas a verdade é só esta... estou cansada e sem paciencia pa machismos...e alem disso acho que estou farta de nao me sentir amada!)
HEsteves

quarta-feira, 10 de março de 2010

" FAZES-ME fALTA"

“ Dizias que eu pensava demais – já nem sei pensar em ti. Porque eu pensei sempre em ti ao longo destes anos; pensava no teu sorriso, quando a alegria me escapava, pensava no encanto das tuas frases descoladas, que em vez de gaffes se tornavam velas acesas em jantares obscuros.”
“ Acreditavas na virtude, fazias discursos sobre a coragem e a generosidade, a dignidade e a humanidade. Os meus amigos achavam-te ingénua, cansativa e ingénua. Eras cansativa, sim, mas precisamente por não perderes tempo a tropeçar na ingenuidade. Levavas até ao fim os teus julgamentos, tão cruéis e injustos, às vezes, apenas para desbravares mais depressa o sentido da vida.”
Faz-me falta essa tua ousadia, no deserto da noite que agora atravesso. Fazes-me Falta.”
Um bocado de mim treme ainda de paixão atrás de uma porta onde já não mora ninguém, onde eu nunca morei.”
A minha única âncora és tu, amigo sem lugar de perdição. Em ti, fuga das fugas, chama de segurança, fujo da paixão que me arrancou à vida.
E não procuro nenhum dos outros homens que amei, talvez porque nenhum deles tenha podido guardar mais do que o sabor breve do meu corpo. Amavam a novidade do nosso prazer, o meu sorriso, a minha paixão, o que eu tinha para dar.
Tu, sobriamente, amavas o que eu não dava – o ressentimento, a insegurança, a maternidade. Gostavas de me ver falhar, e não era por vaidade ou piedade, como geralmente acontece entre amigos.”
É esse amor que agora me falta – o sujo, o quotidiano amor dos momentos mau, das frases adversas, das ausências. Fotografas-me em fúria, descabelada, a dormir de boca aberta, a lamber a tampa do iogurte. Ou, tantas vezes, com os olhos inchados de chorar. E eu ficava bem na fotografia.”

Inês Pedrosa, Fazes-me Falta

Bullying


O termo bullying ou maus-tratos entre pares refere-se a uma subcategoria da conduta agressiva, mais especialmente para condutas agressivas que ocorrem entre companheiros, em que alguém mais forte ou em maior numero, geralmente em grupo, abusa repetidas vezes de uma vítima indefesa. Este tipo de agressão diferencia-se das brigas e confrontos físicos ocasionais entre pares.
Smith e Morita, 1909, Olwens 1999

A actual história de bullying que enche os tele-jornais é só um dos muitos casos que não se silenciam… está na hora de acordar mentalidades, despertar realidades, começar a tomar medidas de combate não só a este tipo de violência, mas a todas elas.
Podemos considerar quatro tipos de maus-tratos entre pares:
- Directo e físico (inclui bater, roubar… obrigar a comportamentos contra a vontade da pessoa “violentada”)
- Directo e verbal (insultos, gozos, salientar defeitos ou deficiências na vitima)
- Indirecto ou relacional (excluir alguém do grupo, espalhar boatos, destruir a reputação)
- Cyber bullying (utilização das TIC para difamarem e hostilizarem os outros)
HEsteves

terça-feira, 9 de março de 2010

Partes Minusculas...


O tempo tem passado muito depressa, quase não o sinto passar…apenas sinto que o tempo passa porque tu não estás, sinto a tua ausência, e mesmo ausente sinto-te presente todos os dias…
As mínimas coisas fazem-me lembrar de ti, queres ver como vives na minha vida sem estares nela?
Outro dia, antes de me deitar, apetecia-me um chá quente…e eis que abro o armário, e lá estavam as nossas canecas de chá, encostadas uma à outra, nunca mais ninguém lhes tocou, nunca mais ninguém as usou…porque eram as nossas canecas, porque eram nossas, são parte minúscula da nossa história, mas fazem todo o sentido nela, tal como uma vírgula faz numa frase…E hoje? Hoje dei por mim a comprar gomas…gomas! Tantas vezes que íamos os dois de mãos dadas pela arruada do jardim a caminho da loja das gomas e eu a ralhar-te, porque achava que aquele dinheiro todo em gomas era mal empregue, mas tu gostavas, comias todas, eu apenas comia uma ou duas…partes minúsculas da nossa história, mas fazem todo o sentido nela, tal como uma vírgula faz numa frase…E os crepes? Esta semana andava a passear no super-mercado e dou comigo a olhar para uma caixa de crepes! Como eras chato com o raio dos crepes, não sei como não te fartavas daquilo…mas adoravas…e eu adorava ver-te satisfeito, tal e qual como um miúdo…era tão bom…partes minúsculas da nossa história, mas fazem todo o sentido nela, como uma vírgula faz numa frase… acreditas que hoje aquelas músicas que contigo me pareciam péssimas, hoje, sem ti já nem me soam tão mal, e muitas vezes vou ouvi-las, porque elas são parte minúscula da nossa história, fazem todo o sentido nela, tal como uma vírgula faz numa frase…
Do meio dos meus papeis, cai um rascunho teu, com a tua letra, uns códigos do computador, e dá-me vontade de poder ler qualquer coisa que tu me escrevas…partes minúsculas da nossa história, mas fazem todo o sentido nela, como uma vírgula faz numa frase…
Onde estão as manhãs na cama? Aquelas em que eu me enroscava e dormia em cadeirinha…Onde estão os pequenos – almoços que te levava e comíamos no teu quarto? Onde está aquele adulto com cara de puto que me derretia toda quando fazia aquele beicinho com o dedo na boca? Onde está a nossa mascote? Aquele pequeno rato que se calhar acabou por ser uma desilusão para ti, porque te fiz acreditar que te daria um cão…Onde estão as gargalhadas e os sorrisos cúmplices? O olhar amigo e confidente? Onde estão as discussões de todos os fins-de-semana, por causa deste ou daquele? Onde estão as lágrimas que me secaste? Onde está o meu ombro amigo, companheiro de todas a horas? Onde estás?
Onde estão as pequenas partes minúsculas da nossa história? Onde?

HEsteves

segunda-feira, 8 de março de 2010

FAZES-ME FALTA

A sombra que eu sou projecta-se no teu corpo e resplandecemos, aura azul no frio da tua madrugada.”
“ E eis-me preso à memória escura dos teus olhos, dos teus passos saltitantes, da tua alegria convicta que a partir de certa altura começou a açucarar demasiado a minha vida.”
“ “ A sombra das nuvens do mar/ O vento na chuva a dançar/ Uma chávena a fumegar/ Tudo me falava de ti/A sombra das nuvens desceu/ O céu alto arrefeceu/ E o mar bravio perdeu/ A luz que lhe vinha de ti.””
Morri tantas vezes antes de morrer – morri sempre que o amor parava, e o amor estava sempre a parar dentro de mim. Parava e crescia, comia tudo o que eu sabia. Eu imaginava frases novas como barragens contra essas vagas que me levavam. Mas as barragens caíam, eu voltava morta à praia, renascia a tremer de frio, na noite marítima.”
“ Consolamo-nos na beleza imediata das coincidências, escapa-nos a beleza catastrófica dos acasos.”
A fundo perdido, de resto – como tu. Era às vezes muito difícil gostar de ti. Tu fazias de propósito, gostavas que fosse cada vez mais difícil gostar de ti. Continua a ser, ou não estaria ainda no teu caminho.”


Inês Pedrosa, "Fazes-me Falta"

sábado, 6 de março de 2010

SOU MULHER!

"Gentil, fiel e pecadora
Na humildade tenho a grandeza
O brilho do sol tenho nos olhos
Nos sonhos tenho o romance das estrelas

No corpo tenho o pecado e a atração
De bondade um olhar infinito
Se durmo sozinha na solidão
No meu coração está o amor mais bonito.

Sou mulher!
posso ser amante e companheira
Esposa leal, mãe extremosa
Posso ser o anjo benfazejo
Que lhe atende e lhe ama a toda hora.

Posso ser o pecado em uma vida
A desgraça de um homem sem história
Posso estender a mão ao maldito
Posso levantar quem não tem hora

Sou mulher!
Sou anjo em uma vida, diabo em outra
Sou estrela que guia a toda hora
Sou aquela que tira a melancolia
Sou a pessoa que muda a sua história

Sou Mulher!"

Rita Almeida

Dia Internacional das Mulheres. O Porquê?


Dia 8 de Maio comemora-se o, tão falado, Dia da MULHER. Mas porquê?
Tal como nos dias de hoje, em 1857, as mulheres lutavam pelos seus direitos e pela justiça feminina. Assim, um grupo de operárias têxteis de uma fábrica, em Nova York reivindicava a redução horária e o aumento dos salários…No entanto, durante a manifestação, surge um incêndio na fábrica que acabara por matar cerca de 130 mulheres.
Mais tarde, em 1910, numa conferência internacional realizada na Dinamarca, decidiu-se homenagear não só aquelas mulheres que morreram em luta, como todas as que lutam no seu dia a dia, e eis o “famoso” dia da MULHER.
Desculpem-me, se sou demasiado “egoísta” ou egocêntrica, mas penso que não devemos homenagear-nos apenas num dia, mas sim todos os dias da nossa vida, devemos chamar a atenção para o papel e dignidade da mulher, percebendo o seu valor na sociedade, levar à tomada de consciência do valor de cada uma de nós… Por isso, o dia da mulher é todos os dias…porque todos os dias nos temos que levantar, e mesmo mal dispostas acabamos por ter um sorriso, todos os dias vamos trabalhar, mesmo quando estamos doentes e sem vontade, todos os dia temos tempo para ouvir ou dizer um palavra de consolo a alguém, todos dias lidamos com dificuldades que resolvemos sempre com uma “revolução de cravos”, todos os dias ouvimos uma palavra torta mas fazemos questão da endireitar, todos os dias temos capacidade de dar um elogio e ouvir uma crítica, todos os dias ficamos contentes com a alegria de outros e ficamos tristes com as suas tristezas … Todos os dias podemos estar felizes, tristes, mais bonitas ou em dias menos favoráveis, mas todos os dias SOMOS MULHERES


HEsteves

quinta-feira, 4 de março de 2010

" FAZES_ME FALTA"

Esquecemos apenas o que podemos isolar na lembrança – e há muito tempo que tu já nem sequer te lembravas de mim. Se desviar os olhos do presente de ti encontro-te na ressaca da nossa amizade, comentando o meu arrivismo, ou, o meu mau gosto com algum conhecido de passagem. Ou deixando do comentar, o que é mesmo. Por isso não posso desviar-me do que fomos, a sós, a dois.”
“ Amar em abstracto é muito mais ágil do que amar em concreto.”
Verifico agora que a minha dedicação às grandes causas foi crescendo na proporção inversa da minha decepção com as grandes pessoas da minha vida.”
“Quem com ferros mata, com ferros morre. Quem não se sente não é filho de boa gente.”
“ És agora apenas uma fotografia ao lado da minha insónia. Uma memória que me fala sobretudo, como todas as memórias, daquilo que não existiu. Nesta fotografia te esqueço. Meticulosamente, de cada vez que me esforço por reter-te e começo a inventar-te.
Tudo em ti tem asas, agora – o teu riso, os teus passos. Até nas poucas frases de ti recordo há um restolhar de penas. E deslizo para esta solidão demasiado humana de não poder voltar a ser sozinho, como era quando tu existias, nesta mesma cidade, e eu já nem sequer pensava em ti.”
InÊs Pedrosa, "Fazes-me Falta"

Não tem espelhos em casa?


Sempre defendi, que os amigos são aqueles que muitas vezes nos criticam, nos magoam com as verdades, nos dão uma chapada em vez de nos passarem com a mão por cima… mas hoje fiquei estupefacta. Alguém que já não conheço como amigo chegou-se ao pé de mim e disse-me: “ temos que ter uma conversinha”, ironicamente respondi-lhe que teríamos todas as que ele quisesse… e afirma: “ andas bem acompanhada, esses teus novos amiguinhos…” fiquei sem palavras… Agora sei a resposta que deveria ter dado…mas naquela altura calei-me, porque me ensinaram que o silêncio vale tudo!
Mas pergunto? Ele não tem espelhos em casa? Porque não trata primeiro das companhias dele, em vez de andar a mandar bocas às dos outro? Se calhar os telhados de uns e outros são todos do mesmo material, de vidro, e qualquer um pode vir a estalar! Erros, todos cometem, tolerância, perdão, só para alguns! Além do mais, devo dizer…foram estes amigos novos, que mesmo com os seus defeitos, que não se pegam, me secaram as lágrimas quando as deixei cair, me deram a mão e me ajudaram a subir um pouco no buraco fundo em que entrei! Enquanto isso, este meu preocupado “amigo”, nunca me perguntou se precisei de algo, nunca me deu um sorriso ou um gesto de apoio… e agora? Quer vir dizer-me com quem ou não devo andar? Poupem-me…eu se estivesse no lugar dele, calava-me muito caladinho…ou ele é ignorante… Ou cego! Não deve ver as boas companhias com que anda! E para rematar…não trocaria os meus amigos por nenhum dos dele!
HEsteves

quarta-feira, 3 de março de 2010

" FAZES_ME FALTA"

O que existia, existe, entre nós, é uma ciência do desaparecimento. Comecei a desaparecer no dia em que os meus olhos se afundarem nos teus. Agora que os teus olhos se fecharam sei que não voltarás a devolver-me os meus.”
“Sem dormir contigo, aprendi de ti as vitórias e misérias de um homem, o rigor turbulento do prazer, o pavor de falhar, a relatividade das entregas como regra de entrega absoluta.”
“Neste lugar sem lugar, passado presente e futuro são contemporâneos. Desabam para o interior do seu próprio excesso de existência. Mas a mágoa persiste, resplandece na desordem. Os meus olhos que já não o são vêem agora tudo o que foi, tudo o que poderia ser, tudo o que é.
“ Ele deita-se neste instante no chão do lugar onde há muitos anos me matou.”
“ Deixa-me ser apenas a beleza magoada da tua vida, enquanto a vida for tua.”
“ Não te perdoo que não soubeste saber de mim…não me perdoo o que não soube verter-te de mim.”
“ “ Quero a luz escura dos sonhos contagiados/As sombras das almas que inventámos/O coração ardido dos antigos namorados/ As histórias que afinal não contámos.” ”

Inês Pedrosa, " Fazes-me Falta"