“(…) Querido e amado ser, quanto tempo sem te ver e sem te sentir. E longas conversas por acontecer, e agora, parece que o tempo se nos escapa, pela ansiedade de não termos tempo a mais, para exprimir e viver tudo o que só em segredo as nossas almas sabem.
Quem dera tudo saber para não mais parar no tempo sem cumprir o que traçamos por destino. Grande é o coração do mundo, que com suavidade faz os ponteiros do relógio do tempo, passarem por nós, a fim de cumprirmos o prometido.
Quem dera, a tua luz ter vindo antes, lá atrás, quando tudo ainda era tão ingénuo e incerto, para acertar o passo com o teu tempo biológico de forma a caminharmos juntos, sem ter de ser necessário este afastamento inconsciente.
Quem me dera, não ter esquecido a profundidade do teu olhar por tanto tempo; quem me dera, nunca me ter separado de ti tão fisicamente. És a parte de mim por completar.
Mas o prometido é devido, e eu, aqui, agora consciente do nosso reencontro, mais prazer não é possível sentir. O prazer da tua companhia amiga e doce, o prazer de estares, mesmo quando estás ausente, o prazer de fazeres parte da minha vida neste mundo.
(…)
Oh alma bendita, que da minha alma fazes parte, deixa o meu amor por ti fazer o trabalho, de te abrir as portas e janelas de possibilidades, para as tuas experiências cumprires, ainda que não sejas tão perto do meu ser. Porque agora eu sei, que sempre regressarás a mim.
(…) Deixa-me pegar-te na mão e o mundo correr para te mostrar o trabalho que fiz, enquanto por ti, inconscientemente, esperava. Eu sabia, eu tinha a certeza de que corria pelo tempo em tua direcção, eu sabia que me esperavas, eu tinha prometido reencontrar-te e reconhecer-te ao primeiro olhar e ao primeiro toque.
Deixa-me levar-te pelos corredores do tempo, e mostrar-te as minhas experiências vividas em nome do reencontro, deixa que te abra o grande portal, que é a passagem para a vida e te mostre, só o que é bom para a tua evolução.
Prometo, que se esta vida não chegar, outra e outra viverei apenas para te amar assim, sem nada por troca, apenas pela existência. Reencontrar-te-ei sempre em qualquer céu, em qualquer mundo, em qualquer vida, em qualquer eternidade, mas sempre, sempre com este amor pleno.”
Ana Paula Ivo