sábado, 23 de abril de 2011

21ª carta...



Não sei o que conhece de mim, mas certamente já ouviu o meu nome…já ouviu coisas a meu respeito, talvez nem tudo verdade…contudo, pouco me importa, sou o que sou! Uma miúda de 22 anos com um mundo quase inteiro por descobrir, mas por pouca sorte, fui logo descobrir o amor na pessoa errada, fui descobrir que o amor dói, fui descobrir que o sofrimento existe, fui descobrir que a alma é franzina, fui descobrir que o coração também se gasta, fui descobrir que as mãos estremecem sem querermos…e se calhar, quando me tocou na mão, eu estava mesmo a tremer, e sim, concordo consigo…com certeza que não valeria a pena, aliás tudo a respeito, não vale a pena…é o meu projecto inexequível, o meu sonho irrealizável, o meu amor impossível…
Talvez por tudo isto me tenha ajudado ontem, talvez porque perceba o quanto errado é o que a vida me fez, o quanto injusta é a distância, o quanto difícil é lutar ou mesmo desistir… e por isto, tenho dias que não sei se cruzo os braços ou se pego na metralhadora…
Porém, venho, somente, agradecer-lhe por ter sido meu cúmplice, agradecer-lhe pelas palavras de incentivo nas costas dele, agradecer-lhe pelo sorriso que me fez…e venho também dizer-lhe que apesar de tudo, nada valeu a pena…Não! Não pense que não consegui aquilo que desejava…talvez tenha conseguido até muito mais…mas sem um “talvez” e com uma “certeza”, posso dizer-lhe que vale sempre a pena, mesmo não valendo…






HEsteves

sexta-feira, 22 de abril de 2011

20ª Carta...




Hoje não me apetece escrever a ninguém, apetecia-me sim, que alguém me escrevesse a mim…apetecia-me ouvir de alguém que também sou importante, que também eu faço sentido na vida de outrem por alguma razão …
Nem sempre sou forte, nem sempre mantenho as aparências, nem sempre consigo transformar as lágrimas em sorrisos… nem sempre o orgulho é mais forte que a dor, nem sempre a razão é suficiente para responder ao coração, nem sempre é fácil partir quando se quer ficar, nem sempre é fácil falar quando, apenas, se quer ouvir, nem sempre é fácil escutar quando se quer ensurdecer, nem sempre é fácil escrever quando se quer, somente, ler…
Nem sempre é fácil ficar sozinha, numa solidão avessa, cheia de barulhos, cores, sabores…nem sempre é fácil explicar o quanto dói estar na multidão e não estar com ninguém…nem sei o que se torna mais difícil…estar só por só, ou estar só sem estar só…palavras não são o suficiente para explicar, porque é difícil sentir para quem não sente… e como diz a Mariza num dos seus fados, “num egoísmo louco, eu chego a desejar que sintas o que sinto, quando me sinto só…”








HEsteves

19ª carta...

Este exercício de escrever cartas, permite ver e rever melhor algumas pessoas…e por isso, esta é destinada a um amigo, com o qual, raramente lido. Não é uma pessoa que me acompanhe a toda a hora! Mas quando está, sabe ouvir-me, sabe falar-me, sabe proteger-me!
A grande lição que eu retiro é que nem sempre os bons amigos são os que estão todos os dias a nosso lado! Muito pelo contrário, às vezes, estes por quem nós pensamos ser capazes de partir um braço, são aqueles que nem um copo merecem que nós partamos por eles, simplesmente, porque se apoderam de nós, apropriando-se das nossas emoções, pondo e dispondo dos nossos sentimentos, impedem-nos de sermos transparentes, de agirmos como desejamos, são os chamados vampiros emocionais, capazes de nos levar as energias todas, sugam o que de melhor temos e pouco mais nos dão! São verdadeiros manipuladores!!!
Por isso, deixo um conselho… vê bem quem te rodeia, vê bem quem bebe contigo, vê bem quem se alimenta com o teu sorriso e quem te sorri, vê bem quem já partiu um copo por ti, vê bem quem já desiludiste, vê bem quantos já abandonaste, vê bem quem te fala com autenticidade, vê bem que são os outros, mas vê bem quem tu és!


HEsteves

18ª Carta



Ao falar de amizade, não poderia esquecer de referir as minhas adoradas “Fofis”!
Conhecemo-nos todas acerca de cinco anos…bom! na verdade não será bem bem assim!Mas foi aqui que comecei a ter maior afinidade!
Somos quatro mulheres, todas de feitios diferentes, o que torna o nosso grupo interessante e extremamente simpático, pois mesmo sem grande vontade de rir, o que nunca nos falta no rosto é um sorriso!
Devo confessar que tenho imensas saudades de passar todos os dias da semana ao vosso lado…tenho saudades de chegar à porta da escola e lá estarmos todas, sentadinhas à espera de umas e outras, quando na realidade, estávamos sempre à espera da mesma atrasada de sempre!!!
Agora, falando um pouquinho sobre cada uma…
Começo por ti, Tânia M, talvez nós as duas sejamos as mais parecidas, com uma postura descontraída e segura, embora muitas vezes a alma esteja perdida… gostamos de estar bem com os outros, gostamos que as coisas corram e evoluem no melhor sentido, tentamos de tudo para não haver falhas, e grande parte das vezes, ninguém reconhece o nosso valor…e aí pensamos: Mas vale a pena? Não te saberei responder, mas creio que talvez valha! No entanto, deixo-te com o meu recente lema “ Sempre tentei, sempre falhei, NÃO INTERESSA! Tenta de novo, falha de novo, mas falha em GRANDE!”
Agora a Tânia B., de todas, sempre, foste a mais recatada, só agora é que comecei a conhecer-te melhor! Talvez andássemos sempre demasiado ocupadas, para dedicarmos tempo ao que realmente é importante…mas não! Tu estavas sempre preocupada com os trabalhos e com os prazos, nunca deixando transparecer a verdadeira mulher que és!!! Tens uma aparência frágil, mas és uma pessoa extremamente forte! Sei que te vais abaixo, tal como eu…sei que a vida te parece demasiado injusta, mas também sei que jamais cruzarás os braços…a ti, apenas te digo…”Deus existe” e nós vimos isso ontem!
E por fim, a minha Marta!!! Acho que não é preciso falar muito, porque tenho a certeza que tal como eu, guardas os melhores momentos na recordação…”foste” a minha grande confidente, “foste” a minha grande companheira, foste e és uma grande amiga!!! Perante isto, nada mais tenho a dizer, a não ser, que não te perdoo, o facto de por tua culpa, ter passado uma aula inteira de direito a ler a legislação para a turma!
A todas o meu grande obrigado, pois não duvido que foi com parte das risadas, das lágrimas, das saídas, dos obstáculos, das vitórias, dos segredos, das confissões, dos dissabores, das conversas, dos sorrisos…que partilhei convosco, que me tornei a mulher de hoje!





HEsteves

terça-feira, 19 de abril de 2011

17ª carta



Somos como a noite…embrulhados num negro petulante… somos a lua que toma diferentes formas, umas vezes cheios de brilho, outras com apenas um quarto…em nosso redor estão as estrelas, representam todos os que nos rodeiam…alguns plenos de luz salubre, outros com uma claridade frouxa, que se vai extinguindo e mal damos conta.
Na amizade isto também acontece, trazemos ao nosso lado os amigos que nos guiarão para todo o sempre, seja noite ou dia, e aqueles que apenas entraram por um ocasional motivo, e mal nos descuidamos, já os perdemos, já nos deixaram, ou nós os deixámos a eles...
Não quero ser injusta, e muito menos imoral com alguém…e peço desde já desculpa, aqueles que eu penso ter perdido, mas que se calhar não perdi…mas o que é certo, é que a amizade, não é mais que um jogo de mutualidades! Porém, agradeço a todos os que entraram, a todos os que saíram e a todos os que ficaram…com toda a certeza foram e serão importantes!
Esta carta poderia ser dedicada a todos os meus amigos, mas não! Vou dedicar, em especial, a um amigo…pelo simples facto de que mais uma vez, ele me provou que merece o lugarzinho que tem aqui no meu peito!
Meu caro, sei que já há algum tempo que o “bando dos quatro” se perdeu, que cada um seguiu a sua vida…cada um cresceu um pouco mais… já não somos os miúdos que íamos assistir aos jogos de futebol e riamos de tudo e de nada, já não somos os miúdos que segredávamos namoricos uns com os outros…o tempo passou… mas contrariando o que se diz…o tempo passa, mas não leva tudo com ele, porque aquilo que sentimos, de verdadeiro e bom permanece sempre…e a nossa amizade permanece…
E para terminar, hoje também não é um bom dia para sorrir, mas só porque é para ti, aqui deixo o meu sorriso mais autêntico…




HEsteves

segunda-feira, 18 de abril de 2011

16ª Carta


A vida é uma estrada inconcebível, nunca conhecemos as curvas e contra-curvas do nosso caminho…Não podemos adivinhar se a caminhada será longa, rápida, fácil ou difícil…Mas seja ela como for, há que desfrutar de cada passo, mesmo que signifique uma gota de suor ou uma gota de água vertida pelos olhos, pois, como li algures por aí, a felicidade nem sempre está na chegada, mas sim no percurso…há que lembrar que nem sempre chegamos…

Tudo para dizer, que nunca pensei escrever-te uma carta…Sim! Afinal, nem ler sabes ainda! Mas talvez alguém te leia, ou quem sabe, um dia mais tarde, ao navegares pela net, descubras este pequeno texto num blog, já esquecido ou abandonado…Sim! Porque certamente, um dia, vou deixar de escrever.

Hoje porém, ainda, aqui estou, ainda faço linhas nesta minha história, onde tu, minha pequena menina és uma personagem discreta, mas de subtileza tamanha… és capaz de lembrar às personagens mais distantes, que são elas as principais protagonistas, és capaz de nos por a cabeça a travar o coração…e é pela doçura e inocência das tuas palavras, que usufruis de uma beleza infantil imensa…

Provavelmente não voltaremos a ir as duas de mão dada, na risota, fazer uma surpresa a alguém que amávamos mutuamente, não iremos deitar-nos na mesma cama a ver televisão e de seguida, fazermos cócegas, rindo-nos já mais de te ver rir, do que qualquer impressão que o corpo sinta…provavelmente não voltaremos a ser as “suas” meninas…Alguém ocupará o meu lugar …


Contudo, tu terás o teu lugar cativo não só no coração dele, mas agora, também, no meu…e eu não pedi que tudo isto fosse assim, porque por minha vontade, nada seria igual ao hoje… E citando mais uma vez a Margarida Rebelo Pinto, “ O amor está antes e depois de tudo…” e tu, foste daqueles amores que restou, mesmo quando outros se foram desvanecendo…



HEsteves

sábado, 16 de abril de 2011

15ª Carta


Nunca fui romântica, e hoje menos ainda, talvez…

Várias pessoas já passaram por minha vida, todas elas com um afiado alfinete, que me espicaçou o pequeno músculo, que dá sentido à vida…mas sempre fui mais forte que todas as picadas, até ao dia, que alguém trocou o alfinete por um berbequim, e abriu tamanha fossa, que até hoje, ninguém, fechou por completo…tu apesar de tudo, foste aquele, em que pela primeira vez, pensei voltar a apaixonar-me…nada que não soubesses, disse-te várias vezes em jeito de brincadeira…e a brincar talvez te dissesse uma verdade!!

Não faço ideia porque, alguma vez, pensei que tal fosse capaz de acontecer…talvez…porque estiveste lá sempre que te liguei, talvez porque passámos horas e horas a trocar mensagens, talvez porque ficávamos na net até às tantas da manhã, a rabugentar um com o outro, já cheios de sono, talvez porque brigávamos por tudo e por nada, talvez porque me fizeste comer um pão com chouriço quase cru, talvez porque me levaste apenas para um jogo de dominó, que por sinal perdi… talvez porque me conhecias melhor do que muitos, bastava-te, apenas, uma palavra minha, para perceberes o meu estado de humor… Talvez porque me vieste buscar, num dos piores dias da minha vida, talvez porque me tiraste daquele lugar, talvez porque me fizeste esquecer as pessoas que nele habitavam naquele instante, talvez porque me tenhas salvo de uma “enchente” de lágrimas, talvez porque me tenhas feito sorrir…

Talvez nunca te tenhas apercebido, mas nessa noite, talvez tenhas impedido o meu músculo de sangrar um pouco mais… E esta nossa história é feita de pequenos “talvezes”…talvez se tudo fosse diferente, eu me tivesse mesmo apaixonado, mas talvez tinha, mesmo, que ser assim…

Não me apaixonei por ti, mas aprendi a amar-me mais contigo, e como diz a Margarida Rebelo Pinto, “prefiro ver-te como és, sereno, equilibrado, inteligente, generoso e belo, um amigo que ficará sempre na minha vida sem me entrar no coração”.


HEsteves

quinta-feira, 14 de abril de 2011

14ª Carta

Como todas as pessoas, também eu, já passei por várias fases da minha vida…assumo aqui, perante todos os que me seguem, que já tive momentos de extrema felicidade e outros em que a tristeza foi minha companheira noites e dias, noites e dias… Porém…há sempre alguém que nos acompanha quando não esperamos…e foi precisamente o que me aconteceu…Sem esperar, achei alguém que me deu a mão, fazendo-me abrir janelas que pensei nunca destrancar! Dois mil e dez desenhou-se para mim, como um ano difícil, ano de derrotas e de renovação…sentimentos mútuos e contraditórios…mas não valerá a pena escrever uma só palavra, sobre aquilo que fui ou aquilo que deixei de ser…e muito menos valerá a pena escrever sobre aquilo em que me tornei hoje. Contudo, dedico esta carta à principal “responsável” por ter criado este blog…pois foi com ela que aprendi a valor das palavras e o peso de as escrever…bem sei, que o podia fazer numa qualquer folha branca, mas porque não partilhar, ensinar e aprender com os outros…? Sim, porque com toda a certeza lhe digo…aprendi muito contigo! Aprendi muito com o blog, aprendi muito com todas as palavras que aqui escrevi, e com todos os sentimentos que transcrevi…Nem todos foram bons de sentir, mas com eles também cresci. Para terminar, a ti, OLGA, apenas duas palavras: muito obrigado…


HEsteves

sábado, 2 de abril de 2011

13ª Carta...


Não sei quantas vezes, já, comecei a escrever esta carta e voltei a apagá-la…a verdade é que as palavras não estão fáceis de dizer…

Sem dúvida alguma, esta é a carta que estou a escrever com as emoções mais proeminentes. É uma carta de saudade e ao mesmo tempo de esperança…Esperança que pelo menos tu me possas ouvir e ajudar… aqui na terra parece tudo demasiado incompreensível ou, até, mesmo, despreocupados com a infelicidade dos outros.

Há quem diga, que de todos, sou a mais parecida contigo, mas, nem nisso vou acreditando, pois se morresse hoje, não sorriria tal como tu…em vez disso, talvez tivesse uma lágrima ao canto do olho. E como já deves ter percebido, não estarei nos melhores dias. É claro que ninguém tem culpa. Acho que nem eu, mesma, tenho…pelo menos este não foi o plano de vida que algum dia desenhei, pois, tal como todas as pessoas, sonhei sempre que a vida era cor-de-rosa… mera ilusão, sabemos que não o é…mas é por isso que cabe a nós pintá-la da cor que queremos…e como sabes, já lá vão dois anos, todos os dias pego numa cor e pinto, pinto, pinto…mas nem, mesmo, assim o meu mundo ficou mais colorido…

A vida parece-me cada vez mais injusta…acredito em Deus e nas forças transcendentais, mas começo a achar que ele tem mensagens muito duras para nós, desafios e provas que vão contra tudo o poderíamos achar correcto, fazendo-nos superar a nossa mente e manter a fé… Por isso te escrevo, porque apesar de tudo, ainda tenho fé!

Olhai, então, para mim…e ajuda-me…não me recuses, também tu, a ajuda que te peço…Não precisarei de enumerar-te aquilo de que preciso, sei que sabes o que me poderia dar mais brilho a este “magnifico” quadro da vida que rabiscamos todos os dias…

Peço desculpa por te escrever uma carta como esta, mas não achei ninguém melhor para guardar tamanhos desabafos…e além disso, sei que tu serás a única pessoa capaz de perceber o que está por detrás de cada palavra e até mesmo daquelas que não disse…

Haveria muito mais para te falar, mas uma vez que já me sinto mais leve, fico por aqui…no entanto sabes onde me encontrar…

Um abraço de saudade e um sorriso de carinho.


HEsteves