quinta-feira, 17 de junho de 2010

Terceira Carta

" (...) A tua ausência, alguns impulsos de devoção, o receio de arruinar inteiramente o que me resta de saúde com tanta vigília e aflição, as poucas probabilidades do teu regresso, a frieza dos teus sentimentos e da tua despedida, a tua partida justificada com falsos pretextos, e tantas outras razões, tão boas quanto inúteis, pareciam ser-me ajuda suficiente, se viesse a precisar dela. (...) já nem sei o que sou, nem o que faço, nem o que desejo; estou desfeita por mil sentimentos opostos(...)
Contra mim própria me indigno quando penso em tudo o que te sacrifiquei: perdi a reputação, expus-me à cólera de meus país, à severidade das leis deste país para com as freiras, e À tua ingratidão, que é para mim o maior de todos os males(...) Peço-te que me perdoes, e espero que tenhas ainda alguma indulgência com uma pobre insensata, que o não era, como tu sabes, antes de te amar (...) "

Mariana Alcoforado

1 comentário:

  1. Sem a menor dúvida que a ingratidão doi...doi muito...mas há que aceitar e sorrir...

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