“ Às vezes já “não acredito” muito em coisas do outro mundo,
a vida ensinou-me que tudo tem o seu tempo, e que o tempo é subjectivo para
cada um… Demorei muito a curar-me, em três anos, raro era o dia em que eu não
chorava, até que num banal fim-de-semana, salvo o erro, decidi ir à loja dos
chineses com o meu primo, logo ali ao lado, estava um café, e na esplanada, um
velho amigo que ao ver-me enviou-me uma mensagem. Eu mal comigo e quase com o
mundo, não fui lá muito simpática, ele coitado pegou no telefone e ligou-me,
perguntou-me se eu estava bem e que sabia que podia contar com ele.”
Gabo-lhe a atitude
até hoje. Há coisas que jamais se esquecerão.
Nunca me passou pela cabeça ser, ele, parte do meu remédio.
E foi assim que aos poucos fui percebendo que se havia ou
houve algum homem na minha vida era ele, que embora muitas vezes distante,
sempre esteve presente nos momentos mais difíceis… ele próprio é um “caso difícil”
em mim, daqueles casos que levam abanões, empurrões, mas no fim são um “sempre-em-pé”!
Passem carros e carretas, como se costuma dizer, e nós continuamos ali, na
praça, à espera que passe algum táxi para nos levar para algum lugar, que
desconhecemos mas que, ainda, acreditamos que exista.
Outro dia contei-lhe tudo o que subscrevo em cima com mais
alguns acrescentos que só a nós dizem respeito e chorámos, chorámos os dois… não
sei bem do que chorávamos, mas tivemos uma certeza, naquele momento, não nos queríamos
perder…
A minha certeza às vezes abana, o cansaço de vez enquanto
recai, a insegurança parece ter sempre mais força. É uma das desvantagens das
modernas redes sociais, estamos constantemente a ser bombardeados por coisas
que nem precisávamos saber! E depois vêm os devaneios de cruzar os braços e
desistir, desistir de uma história da qual já desisti vezes sem conta…E de nada
me adiantou, e por isso às vezes penso: “ se calhar é melhor desistir, se
calhar não é para dar certo!”, logo depois uma vozinha diz: “ Se aguentaste até
aqui, vais desistir agora”? Já para não falar da voz com tom, entoação e nome
que me pede: “ Por favor, não desistas agora, que eu preciso de ti mais que
nunca!”
E no meio de vozes, pensamento e pedidos, às vezes sou eu
que me sinto perdida e sozinha… não sei qual é o fim disto tudo, mas sei que
aconteça o que acontecer, tenho dado o melhor de mim, por muito que me possam
condenar, fui e sempre serei fiel ao que sinto e ao que sou, aquilo que vivemos
já ninguém nos tira…Nada do que decida será com intenção de prejudicar…Ainda hoje tive vontade
de desaparecer e meter ponto final ao problema…E ele perguntou-me se o queria
deixar. A verdade é que se quisesse já o teria feito, não sei o que nos separa e
muito menos o que nos une … mas se é verdade que no amor nem tudo se justifica,
aqui está um exemplo…
Se pudesse pedir-lhe
algo agora? Era aquele abraço… que ele sabe que estou a precisar!
Aos meus leitores digo… Sigam a voz do coração porque,
certamente, ela sabe onde nos quer levar…
Bem-haja.
HEsteves
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