segunda-feira, 29 de abril de 2013

A vulgar " estranha forma de vida."

Embebida na noite e no seu silêncio, escrevo ao som de Satie, num compasso lento e melancólico…também o meu peito palpita melancolicamente num ritmo apressado por coisas que desconheço e que os meus olhos não alcançam… já dizia Amália “ que estranha forma de vida…”

Talvez nem seja tão estranha assim, talvez o intuito seja como os animais e pressinta as coisas ao longe, quando a nós mal nos deu o cheiro…não sei se é a “ventania” que chegará em forma de ciclone, ou a “seca” que deixa os campos como que ardidos sem rasto de verde.

Apenas o pó escuro e cinzento suja a sola dos pés e arrasta-se até às casas que pisamos… pode também ser a bonança, que vem sempre depois das tempestades e das desgraças… e que traz reluzente triunfos e júbilos que há muito esperávamos e que exasperadamente deixamos de acreditar… e é neste concerto desconcertante que choramos sorrisos e sorrimos lágrimas sem imperdoáveis nem dias contados…

HEsteves

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