sábado, 16 de abril de 2011

15ª Carta


Nunca fui romântica, e hoje menos ainda, talvez…

Várias pessoas já passaram por minha vida, todas elas com um afiado alfinete, que me espicaçou o pequeno músculo, que dá sentido à vida…mas sempre fui mais forte que todas as picadas, até ao dia, que alguém trocou o alfinete por um berbequim, e abriu tamanha fossa, que até hoje, ninguém, fechou por completo…tu apesar de tudo, foste aquele, em que pela primeira vez, pensei voltar a apaixonar-me…nada que não soubesses, disse-te várias vezes em jeito de brincadeira…e a brincar talvez te dissesse uma verdade!!

Não faço ideia porque, alguma vez, pensei que tal fosse capaz de acontecer…talvez…porque estiveste lá sempre que te liguei, talvez porque passámos horas e horas a trocar mensagens, talvez porque ficávamos na net até às tantas da manhã, a rabugentar um com o outro, já cheios de sono, talvez porque brigávamos por tudo e por nada, talvez porque me fizeste comer um pão com chouriço quase cru, talvez porque me levaste apenas para um jogo de dominó, que por sinal perdi… talvez porque me conhecias melhor do que muitos, bastava-te, apenas, uma palavra minha, para perceberes o meu estado de humor… Talvez porque me vieste buscar, num dos piores dias da minha vida, talvez porque me tiraste daquele lugar, talvez porque me fizeste esquecer as pessoas que nele habitavam naquele instante, talvez porque me tenhas salvo de uma “enchente” de lágrimas, talvez porque me tenhas feito sorrir…

Talvez nunca te tenhas apercebido, mas nessa noite, talvez tenhas impedido o meu músculo de sangrar um pouco mais… E esta nossa história é feita de pequenos “talvezes”…talvez se tudo fosse diferente, eu me tivesse mesmo apaixonado, mas talvez tinha, mesmo, que ser assim…

Não me apaixonei por ti, mas aprendi a amar-me mais contigo, e como diz a Margarida Rebelo Pinto, “prefiro ver-te como és, sereno, equilibrado, inteligente, generoso e belo, um amigo que ficará sempre na minha vida sem me entrar no coração”.


HEsteves

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