terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Para começar...

Ao som da música que em tempos era o som da tua chamada no meu telemóvel, escrevo este texto sem saber muito bem o que escrever de facto.

Estou numa relação, que no final de contas não é nenhuma relação… já te disse uma vez que és de extremos, tão depressa vivemos no 8 como no 80, e vamos balançando os dias entre o desequilíbrio de uma “amizade”, uma paixão, quiçá, até mesmo um amor… Amor que grita por todos os poros, mas que o medo e a cobardia calam no mais breve instante… por brincadeira até costumo dizer que somos o caso secreto que todos conhecem… um bom título para um filme. E sabes porquê? É difícil esconder sentimentos, calar olhares, conter os gestos, viver num mundo disfarçados de amigos normais, quando outros sentidos, falam mais alto, como o carinho, o desejo, a “irracionalidade”, a compreensão, e sabes do que falo, porque eu nunca te pedi grande coisa e tenho aceitado, durante, todos estes anos as tuas ausências, as tuas faltas de humor, as tuas birras, os teus silêncios, o teu pior e o teu melhor lado da melhor maneira, compreendendo e esperando, porque, ainda, quero acreditar quando me dizes que não podemos dizer “nuncas” e que talvez daqui a uns anos sejamos capazes de assumir aquilo que, hoje, escondemos como quem se mascara no carnaval.

Não sei se alguma vez te contei, mas talvez nem seja preciso, conheces a história tão bem quanto eu, sabes que me sinto em desvantagem, apesar de te conhecer há tantos ou mais anos, mas não te tenho tido sempre por perto, não te conheço alguns pormenores, não sei os teus gostos mais íntimos e particulares, e isso faz-me sentir insegura, contudo sei que também tu, não sabes por vezes do que gostas, que tens indecisões, que baralhas e misturas coisas, que não combinam mas que te sabem tão bem, quase como a tangerina na salada de fruta…e num mundo de “descombinações”, onde fugir às regras é a lei principal, apenas sei aquilo que vivo contigo, e consecutivamente terminamos e começamos dois anos juntos, embora a meio cortemos o cordão umbilical, mas eu sei e tu também que por muito que nos separemos, algo nos volta a unir, e vamos lá perceber porquê… numa história de raridade como a nossa, os porquês há muito que não se fazem, talvez seja um dos nossos erros, se lhes respondêssemos, quem sabe, já, estivéssemos juntos ou separados para sempre.

HEsteves

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