sábado, 12 de janeiro de 2013

O Tal...

Ela disse que achava que ele não era o tal. Partindo do pressuposto que no “achar” reside dúvida, possivelmente existe insegurança, sentimentos desconhecidos, vontades e desejos incógnitos. Porque “achar” é diferente de dizer ele é ou ele não é o tal.

Mas o tal não existe, já não há príncipes encantados em cavalos brancos e muito menos princesas fechadas e trancadas nas imponentes muralhas dos castelos, ou se calhar até há… pessoas fechadas nas muralhas que elas próprias impõem, muralhas de receios, de medos, muralhas de desassossego que tiram o lugar ao sonho impotenciando o impulso e a coragem. Porque para amar é preciso ter coragem, por vezes ser pouco racional e responder às primeiras impulsões, caso contrário, começarão a surgir inquietações, tremores, incertezas…incertezas se devemos ou não devemos fazer isto ou aquilo, no fundo, incertezas se devemos gostar e amar outro alguém.

Devemos sempre, sempre gostar, o amor esse descobriremos depois, e só depois saberemos se aquela pessoa era a tal… uma vez, achei ter encontrado essa tal pessoa, mas ao fim de um tempo, percebemos que já não eramos os “tais” na vida um do outro e separamo-nos. Em tempos dizia que ele tinha sido a melhor e a pior coisa da minha vida. Não deixa de ser verdade, ele foi um dos “tais”… fez-me conhecer o meu melhor e o meu pior lado, a pessoa que sou, hoje, também lhe devo em parte, e ele tem um lugar de destaque por tudo o que vivemos, mas sobretudo pelo que me fez viver sozinha.

Agora estou “apaixonada”, uma história cheia de “anormalidades”, repleta de ambiguidades e muitas inquietudes, não me importa se ele é o tal, importa-me antes viver com ele o que há para viver, e só quando estamos prestes a perder alguém é que percebemos certas coisas, não sei se terei muito mais tempo com ele, certamente ficará muito por fazer…

Mas aprendi uma coisa, o meu maior medo era sair de mim mesma, estive muito tempo fechada numa muralha, ele, não sendo o tal, talvez, foi o único capaz de me deitar uma corda e fazer-me descer… Se isto quer dizer alguma coisa? Certamente… deve haver “tais” que se vão e foram tão ou mais importantes, do que o tal que possa vir e ficar…

HEsteves

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