segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

“ (…) A inveja pode ter muitas facetas, mas só tem uma cara. A cara daquelas pessoas que, por falta de formação ou falhas de carácter, vivem com mais intensidade a existência alheia do que as suas próprias vidas. (…) E quanto maior a inveja, maior a maldade.

Conheço algumas mulheres assim, sem nenhum talento em particular, a não ser o de esgravatar com ambição. Umas logram casamentos por conveniência, outras criam amizades que lhes pagam as contas e lhes sustentem os interesses, outras simplesmente praticam com devoção a maledicência, ao mesmo tempo que se vangloriam dos seus princípios morais. São aquelas que criticam as amigas quando estas se envolvem com um homem casado, esquecendo-se de que já fizeram o mesmo enquanto eram casadas, são as mesmas que nos dão pancadinhas nas costas quando sofremos um desgosto amoroso e vão dizer aos nossos amigos que enlouquecemos; (…) criticam tudo e todos, eivadas de moralismo falso e bacoco.

Tenho pena destas mulheres porque são profundamente infelizes. Mesmo as que alcançaram os seus objectivos continuam o torturoso caminho da inveja e da ambição desmedida que envenena a existência de quem as rodeia, mas sobretudo delas mesmo.

Estas mulheres muitas vezes acabam os seus dias sozinhas (…) rogando pragas e maus-olhados, sem nunca perceberem que o mal está dentro delas e que a vida acaba sempre por se encarregar de trazer de volta, em bandeja de prata, o reverso da medalha.”

Margarida Rebelo Pinto

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