domingo, 7 de fevereiro de 2010

Reflexão: “ Programa Nacional De Cuidados Paliativos”

“ Necessitamos de uma ciência coerente da morte, pois se cuidar do paciente terminal é difícil e desgastante, mais difícil e desgastante se torna, se para controlar a ansiedade recorrermos à negação e falácias, apesar da nossa tendência para sofismar e negar, podemos aperfeiçoar os nossos métodos para lidar com a terminalidade. Podemos mesmo tornar-nos capazes de ajudar a tornar a morte mais aceitável e apropriada”. Torres, W (1979); O conceito de morte na criança.

Tal como o nascimento, também a morte é um processo natural da vida humana. Porém, é muitas vezes encarada como algo doloroso que provoca angústia e dor.
São muitas as pessoas que temem a morte, ou porque acham que a vida é muito curta e que nem tudo foi aproveitado da melhor maneira, ou pela simples razão de trazer dor e o sofrimento àqueles que os rodeiam.
No entanto, ninguém a pode evitar, sobretudo quando sofremos de uma doença que nos leva ao fim das nossas vidas, já não existe tratamento, resta-nos apenas o acompanhamento, no sentido de tratar, cuidar e apoiar de forma activa os doentes na fase final das suas vidas.
Não esquecendo que o envelhecimento se torna cada vez mais uma realidade bastante preocupante, nem que se regista um aumento da incidência do cancro e dos casos de SIDA e de algumas doenças de foro neurológico graves e rapidamente progressivas, provocando um grande impacto social.
Desta forma a 15 de Junho de 2004, aprovou-se o Plano de Cuidados Paliativos, dando apoio aos doentes que se aproximam da morte, e também apoiando as famílias dos mesmos, pretende-se o alívio dos sintomas; o apoio psicológico, espiritual e emocional; apoio às famílias durante o luto e a interdisciplinariedade. Para que as famílias possam ter um papel activo, visto serem um elemento essencial neste processo, vão ter de receber apoio, informação e instrução da equipa prestadora de cuidados paliativos. No fundo, este plano pretende aumentar a qualidade de vida dos doentes, respondendo às necessidades das comunidades, e também às necessidades, preferências e desejos dos doentes. Aqui o “doente vale por quem é, e vale até à sua morte”, onde “ o sofrimento e o medo perante a morte, são realidades humanas que podem ser médica e humanamente apoiadas, até ao fim”.

HEsteves

Sem comentários:

Enviar um comentário