quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

No seu jardim...


Para quem diz não amar-“me”, para quem diz estar tão feliz e fazer juras de amor eterno, dizendo que a actual companheira é “única rosa, num jardim imenso de espinhos”, gasta, desperdiça demasiado tempo a olhar para o vago…para aquela que deve ter deixado o seu jardim imundo de… picos! Mas fico contente que ela seja a sua rosa, pois essas sim têm espinhos, apesar de bonitas, não nego…
Sabem? Prefiro ser a papoila do seu jardim, aquela flor simples e raquítica que ninguém colhe… prefiro ser simples e discreta…mas a papoila, é aquela florzita que pode levar ao êxtase, à loucura, ao vicio… perigosa? Como é que algo tão frágil pode ser perigoso? Acreditem, nós é que desenhamos os perigos, os vícios, nós é que nos fazemos loucos, sombrios, frustrados, e, também, nós é que desenhamos as linhas da nossa própria felicidade…e por isso, infeliz, talvez, continuo a caminhar no tal jardim de espinhos, porque embora me continue a doer, quase que pude ouvir a tua voz…nesses olhares que tentas não olhar! Não sei o que cada um me dizia…mas também não me importa, acho que apenas o olhar é um sinal que algo ainda vive…e mesmo doendo…continuo a caminhar sobre as folhas velhas e secas caídas no chão…aquelas que guardam consigo a história que nos une.
Pode ser difícil acreditares, mas quero muito que sejas feliz, na profunda convicção que a tua felicidade será a minha e a minha será a tua, por isso e desculpa-me a franqueza, mas gostava muito que essa rosa que tanto amas hoje te pique um dia, te abra uma ferida e que corras por esse teu jardim de espinhos à procura das verdadeiras flores do campo, aquelas que nos dão o oxigénio que precisamos, mas que tantas vezes pisamos…
HESteves

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