Hoje foi um daqueles dias que me levantei da cama porque me
tinha que levantar e cumprir compromissos… uma sensação estranha que há muito
não sentia, deu-me os bons dias de manhã.
Liguei o telemóvel e lembrara-me
que deixei uma mensagem pendente por falta de paciência para responder… os “ok´s”,
“pois”, “ta”, tornam-se “limites intransponíveis” que conseguem acabar com
qualquer diálogo. Do alto do meu mau humor, peguei no telemóvel e respondi ao “pois”
que ficou com o meu silêncio toda a noite, porém esqueci-me de ter que agradar,
de ser simpática e de ter que ter sempre um discurso concordante. Perguntei à
pessoa se me fazia um favor, sabendo, eu, que a resposta imediata seria “diz”! Antes
de responder fui almoçar, e levando já pouca energia, gastei o que me sobrava
numa discussão. Virei costas e recolhi-me no meu silêncio.
No fervor da situação, respondo “ Vai comprar um pacote de
sal!” A pessoa incrédula, com certeza, com o que acabara de ler pergunta-me “
qual é o teu problema?” No entanto poupa-me a resposta, porque passado alguns
minutos liga-me. No momento não atendi, retornei minutos depois, não me atendeu…
mal desligo, já o telemóvel tocava. Ouço a voz… como gosto de ouvir aquele tom…
as lágrimas deslizaram cara abaixo… é engraçado como somos um inverso, quando
um está “desequilibrado” o outro modesto e sensato está lá, e dá-nos aquele conforto bom
que só algumas pessoas nos fazem sentir… Chega a ser cómico, controverso, inebriante
e perturbador… bem dizem e é verdade “ há razões que a própria razão
desconhece.”
Mas se lhe tivesse de responder, diria que o meu problema é gostar dele de qualquer maneira!
Mas se lhe tivesse de responder, diria que o meu problema é gostar dele de qualquer maneira!
Há coisas que mesmo sem sal, nos sabem
sempre muito bem…
HEsteves
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