sexta-feira, 30 de julho de 2010

Além da saudade...


Não, não foi a primeira vez que voltei lá depois de te perder, já lá tinha estado, mas tentei nunca fechar os olhos para não ter que te recordar…mas ontem cansei-me de fazer força para os manter abertos, e fechei-os… lá estavas tu…
Vi-te caminhar pela rua, rua a que eu evitava passar, rua para a qual também nunca olhei, mas ontem o destino fez-me olhar, casualmente, quando passei…e lá ias tu…nesse teu corpo esbelto e com o teu ar aprumado, com passos largos mas vagarosos…com os teus olhos mais esverdeados do sol e protegidos pelas lentes escuras, o cabelo preto reluzente, o ar sério a que me habituaste, mas depois aquele sorriso doce, que há muito tenho saudades. Onde mora ele agora? Se calhar também ele se perdeu, tal como me aconteceu a mim, que te perdi…
Mas não é somente do sorriso que tenho saudades. Tenho saudades da amizade, da cumplicidade, dos olhares confidentes, das gargalhadas que partilhávamos, dos “safanões” e dos beliscões em jeito de brincadeira, da imagem do “menino” de dedo na boca, da espera das 8 horas nas manhãs de verão, onde te vinhas aconchegar, das palavras ditas no silêncio, até das menos agradáveis, das brigas de todos os fins-de-semana, do “amo-te” ao ouvido, do calor do teu abraço e das mais pequenas e insignificantes atitudes e momentos que partilhámos…
Eu que sempre disse que não era saudosista, e talvez não o seja,
quem sabe não é saudade o que sinto… Vai além da saudade…Já o sentiste…

HEsteves

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A minha vida deu mais uma vez uma reviravolta de todo o tamanho!!!E tenho andado sem tempo para escrever por aqui, peço, desde já, desculpa aos meus leitores, prometo publicar qualquer coisa brevemente!!!

HEsteves

segunda-feira, 26 de julho de 2010


começaram por caminhar , ele sempre à frente, ela saltitando pelos passos dele, por vezes tinha que se esticar, para acompanhar as suas pisadas, mas nunca deixou de lhe seguir as pegadas, e colocava pé ante pé no desenho que ele marcava na areia.
a certa altura entraram pela água fria e salgada e num acto irreflectido os seus corpos aproximaram-se. depois de alguma troca de palavras, ela sentiu as mãos dele percorrerem-lhe as costas, o nó do biquíni solto... sentiu-se insegura, mas um olhar meigo e doce transmitiu-lhe vontade de continuar, deixando que os lábios já roxos mas salgados se tocassem, lentamente, os movimentos foram-se descongestionando e o prazer foi-se consumindo.

saíram da água sentaram-se na areia, com o dedo ela iria escrever qualquer palavra iniciada por "A", palavra que ele não a deixara terminar, pois levantou-se, sorrio, acariciou-lhe o rosto e foi embora.ela olhou para trás e só avistou os passos dele, as suas pegadas era como neutras, invisíveis, e no fim o "A". levantou-se, olhou o horizonte e pensou: " nunca mais caminho pelos passos de ninguém, marcarei também as minhas pisadas na areia". deixou cair uma lágrima e percorreu todo o caminho para trás, deixando a marca do seu pé ao lado da marca do pé dele.

ao chegar ao fim do caminho, desenhou um "O", mas veio uma onda e apagou-o.


porque só o que é bom deixa marca
HEsteves

sábado, 17 de julho de 2010

Estamos off, fomos de férias... até à próxima, então!

HEsteves

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Beijo na Testa

Fazer apostas é algo interessante, e tendo algum azar no amor, tenho tido alguma sorte ao jogo, tendência que pode estar para mudar, pois na última aposta, saí vencida!
Porém recusei-me a "pagar", pois o outro apostador esquecera-se do aperto de mão que fez comigo, que a minha sinceridade e honestidade lhe lembrou. É evidente que entrámos em desacordo, propus-lhe "pagar" a dívida, somente, com um beijo na testa.
Ele perguntou-me porquê na testa?
Respondi-lhe que era sinal de respeito.
Mas ele preferia o beijo noutro lado, que não na testa!Se é que me faço entender!
Achei piada a toda esta situação, e informei-lhe que havia de publicar esta história aqui. Ele sugeriu que eu escrevesse " fiz uma aposta com alguém que me quer bem e não cumpri".
Agora toma lá atenção no que vais ler, por te querer bem é que te dou um beijo na testa, porque beijos há muitos, beijos em qualquer lado qualquer um dá, o respeito é que já vai sendo pouco...Por isso guarda bem o meu beijo na testa, vale bem mais do que outro beijo qualquer...Queres apostar?
HEsteves

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A "Nossa" Liberdade


Porque hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Expressão, podia, belamente, escrever o que me passasse pela cabeça, sem preocupações com a escrita ou com o vocabulário, pois não teria razões para ser censurada, mas como o 25 de Abril já passou há muito, já lá vão 36 anos, e a censura não se extinguiu, posso faze-lo sempre que me apetecer, independentemente disso, serei sempre vista aos olhos de cada um.
Mas, embora goste de provocar mentalidades, a classe fica sempre bem, sobretudo a uma senhora, não descuidando por isso a forma como pronuncio o que quer que seja.
Mas voltando ao tema da liberdade, li estas frases, cujo autor é Vergilio Ferreira e deixo-vos com elas, pois darão que pensar, tal como me aconteceu a mim.

Diz NÃO à Liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer (...)”

Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador (...)”

E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua Dignidade (...)

Em suma, a liberdade é o poder dizer NÃO e SIM, poder pensar ou ser inconsciente, é poder errar e reconstruir, é poder acreditar e duvidar, é poder escolher e ficar inato, é poder querer sonhar e acordar, é o poder e não poder...
A liberdade é a sinergia com o homem para a auto-afirmação do Ego, dando autonomia à racionalidade do sujeito.
Contudo, conclui-o que a liberdade não significa independência e é preciso coerência para não deixarmos que aquilo que possuímos nos acabe de possuir, porque a nossa liberdade também depende da liberdade dos outros...




HEsteves

terça-feira, 13 de julho de 2010


Dei a mão e largaram-na, dei a palavra e não ouviram, dei o carinho e não sentiram, dei o sorriso e ficaram sérios, dei as lágrimas e não as secaram, dei a alma e perderam-na, dei o coração e partiram-no…
Dei tudo…
Hoje, somente, resta dar a certeza da minha tristeza. Tristeza que permanece desde o dia em que percebi “ que o mais feliz dos felizes é quem faz os outros felizes.”

Assim sendo, o mundo deve andar cheio de tristes!
É triste…
HEsteves

segunda-feira, 12 de julho de 2010





Estou com sintomas de saudade...Alguém tem um comprimido para isto??:)
A única coisa que consigo pronunciar quando te vejo, é:" é tão bonito, gosto tanto dele..."

Não percas tempo


O Tempo perguntou ao Tempo:

- Oh Tempo! Quanto tempo o tempo tem?

O Tempo respondeu ao Tempo:

- O tempo não tem tempo, cada Tempo a seu tempo!

Então, o Tempo ficou confuso, não sabia o que pensar.

No entanto com o passar do tempo, o Tempo aprendeu que não há tempo para o tempo, que não há barreiras nem impossibilidades para o tempo, que o tempo é imprevisivel e tantas vezes insensato, porém percebeu também que tudo se ganha, nada se perde, excepto o tempo, deixando, assim, de acreditar na velha teoria " dá tempo ao tempo", e o Tempo despede-se de nós, apenas, com três palavras:



- Não percas TEMPO...!!!

domingo, 11 de julho de 2010

Se alguém me perguntar

Se alguém me perguntar, hei-de dizer que sim, que foi
verdade que não amei ninguém depois de ti nem
o meu corpo procurou nunca mais outro incêndio
que não fosse a memória de um instante junto
do teu corpo; e que deixei de ler quando partiste
por não suportar as palavras maiores longe da tua boca;
e que tranquei os livros na despensa e tranquei a despensa,
acreditando que, se não me alimentasse, acabaria
por sofrer de uma doença menor do que a saudade, mas
a que os outros, pelo menos, não chamariam loucura.


Se alguém me perguntar, direi que foi assim, e não de
outra maneira, como alguns parecem supor - que permiti,
bem sei, que outros homens me amassem e me aquecessem
a cama, mas em troca lhes dei apenas um nome diferente
do que tinham e os vi partir desesperados a meio
da noite sem sentir maior dor que a de saber que, afinal,também eles não existiam para além de ti; e que no dia
seguinte dava comigo a trautear sem querer essa canção
que amavas (como se ela, sim, se tivesse deitado
no meu ouvido), mas que a sua melodia, em vez
de me alegrar como antes, me escurecia mais a vida.


Se alguém me perguntar, nada desmentirei, nem negarei
que os frutos todos que me deram a provar na tua ausência
me pareceram demasiado azedos ao pé dos que explodiam
em sumo nos teus lábios; e que, por isso, nunca mais quis
um beijo de ninguém, nem sequer inocente, e não voltei
também a aceitar as flores que me traziam por me lembrar
que, em mãos assim, tão grandes para o afecto, o seu
perfume anunciava invariavelmente a chegada do outono.



E contarei por fim, se alguém quiser saber, que o teu silêncio
foi de tal densidade, de tal espessura, que não consegui escutar nenhuma das vozes que vieram depois de ti e, pior
do que isso, me esqueci com indiferença das mais antigas,
pelo que as minhas noites se tornaram uma tão longa
e solitária travessia que ainda esta manhã acordei ao lado
da tua sombra e respondi baixinho, mesmo sem ninguém
me perguntar, que há coisas que uma mala nunca leva.

Maria do Rosário Pedreira

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Amar

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Flor Bela Espanca

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Espera, não esperes...


Nesta curta caminhada que tenho feito, tenho aprendido uma “mão cheia de coisas”.
Coisas que não cabem numa só mão, então, deixo-as cair para junto dos pés, para que cada passo que dê seja mais coeso e menos volátil, pois como diz o velho ditado popular “ Quem espera desespera”, no entanto, aprendi que muitas vezes temos que guardar o desespero, sufocar os gritos que vários sentimentos despontam, prender as lágrimas, como a roupa no arame, calar as gargalhadas que transmitem alegria sem graça nenhuma, e manter, apenas, a seriedade e a sensatez.
Por vezes é mesmo preciso parar e esperar…
Espera-se pela espera que não esperamos esperar. É viver na espera não esperando.
Tudo para dizer, que é quando menos se espera que algo chega…não esperava que aquele episódio se repetisse, e sabemos que não foi acaso, tu fizeste tempo até que eu chegasse e eu só passei a passadeira porque não quis tomar outro caminho, “ironia da vida”, esperámos quatro anos…o tempo parece ter apagado o que de mau ficou, mas a “atracão” essa parece que lá continua, e pelos vistos nenhum esperava.
Conclui-o, então, que tantas vezes achamos que ao dobrarmos a cada esquina e ao darmos cada passo, que há sempre algo melhor, o problema é quando percorremos todos os cantos da cidade e regressamos à primeira esquina que pisámos… E porque a vida me tem proporcionado tal aprendizagem, fico com o coração na primeira, um pé na segunda e o outro a andar para a terceira esquina…
E não é pela história da “passadeira” que espero, porque essa já nem esperava, mas sim a da “Conquista Romana”…Estou à espera, não esperando…


HEsteves

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Gosto de ti



Pode o dinheiro acabar, mas eu gosto de ti…
Pode chover, mas eu gosto de ti…
Pode fazer trovoada, mas eu gosto de ti…
Pode o chão arder, mas eu gosto de ti…
Pode a lua cair, mas eu gosto de ti…
Pode o mar secar, mas eu gosto de ti…
Pode a fome aumentar, mas eu gosto de ti…
Podem os gestos colar, mas eu gosto de ti…
Podem os olhos cegar, mas eu gosto de ti…
Pode o silêncio falar, mas eu gosto de ti…
Pode o coração parar, mas eu gosto de ti…
Pode o tempo não passar, mas eu gosto de ti…
Pode a terra não girar, mas eu gosto de ti…
Pode o sonho acordar, mas eu gosto de ti…
Podes ser preto, rosa, branco, amarelo, mas eu gosto de ti…
Podem falar mal de ti, mas eu gosto de ti…
Posso gostar de A, B, C, D, mas eu gosto de ti…
Podes ter outra, mas eu gosto de ti…
Podes estar distante, mas eu gosto de ti…
Podes nem me ver, mas eu gosto de ti…
Podes-me odiar, mas eu gosto de ti…
Pode o meu coração conquistar outros tantos, mas eu gosto de ti…
Posso não gostar de gostar de ti, mas eu gosto de ti…

(…)

Contra tudo e contra todos…eu gosto de ti

Mas…

Mesmo gostando de ti, tu ensinaste-me a gostar muito mais de mim…
HEsteves

terça-feira, 6 de julho de 2010

O Menino dos Pés Frios

Era uma vez uma casa. Muito grande. Com um tecto altíssimo, nem sempre azul. Uma casa enorme onde habitava uma grande família: uma família tão grande que, por vezes, não julgavam os seus membros que se conheciam. E se deviam amar.

Houve um menino que entrou nesta casa estava ela toda branca. No chão tapetes de neve, cristais de água de uma brancura que estremecia. E as próprias árvores escorriam essa brancura. E frio. Iluminava-a uma estrela tão brilhante que, sobre o tecto, parecia que poisava sobre as nossas mãos.

Ora um dia, em que fazia anos em que esse menino entrara nessa casa, outro menino por ela andava com frio. Pelo chão, pelos milhões de cristais, caminhavam os seus pezitos enregelados. Tanto frio que nem podia
olhar a estrela brilhante. Nem os milhões de cristais que pisava.

Uma mulher chorava a um canto dessa casa. E era triste essa mulher. Estava triste e cansada. Na casa nem tudo era belo. Ali estava aquele menino cheio de frio. E, como ele, tantos meninos.

E, já há quase dois mil anos, um menino entrara na asa, que ficou mais clara com a luz brilhante do tecto. O menino entrou só para dizer uma palavra pequenina: AMOR.

Então essa mulher perguntou ao menino dos pés frios:

– Tu não tens a tua casa?

O menino olhou a mulher triste e ficou triste. Ambos estavam tristes. E disse quase envergonhado que não.

– Tu não tens roupa? Sapatos? Um lume? Pão?

A cabeça (tão linda!) do menino ia abanando sempre a dizer não. A mulher triste começou a ter vergonha.
Então ela consentia que na sua casa, na casa de todos, de tecto nem sempre azul, houvesse um menino sem roupa, sem lume, sem pão? Ela consentia uma coisa assim? E os outros também?

Escorregaram-lhe pela face já enrugada duas lágrimas transparentes. De água. Água como a que tombava do tecto, como a que se estendia nos mares.

E perguntou mais ao menino:

– E para onde vais? Eu dou-te qualquer coisa para o caminho...

O menino olhou para ela admirado. Não lhe disse para onde ia. Observou-lhe apenas:

– Tens duas gotas de água nos teus olhos que reflectem o céu azul e a lâmpada do tecto. Não sentes?

A mulher deixou cair pelo rosto enrugado as duas lágrimas. A pele, então, ficou-lhe mais lisa. E ela tornou-se menos curva. Ergueu-se. Estendeu, sorrindo, os dois braços ao menino. E disse:

– Fica. Perdoa.

E o menino ficou. Nos seus braços. Encostado ao seu peito. Com os pés aquecidos sobre o campo de neve.

E a mulher entendeu que não adiantava chorar ao canto da casa. E o seu vestido era uma bandeira. E o seu coração uma flor. Com o menino a seu lado.
Matilde Rosa Araújo

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Falaram-me de ti mesmo agora, e percebi neste momento que, ainda, não te esqueci, Brudeza...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Estrada da vida"


"Estrada da vida" chamou-lhe ele. Agora pergunto: " A vida tem alguma estrada?", "Que caminho sigo eu?" Já caminhei por vários caminhos, já me meti por atalhos, já me perdi nos labirintos, já me enganei e voltei atrás, já fechei os olhos e deixei que me guiassem, já fui longe demais, já fui onde não queria, já fui a "lugares" que ficarão na minha história, já fui a lugares que ficarão na história de outrem, mas nunca descobri o caminho, o rumo certo...

Quantos passos em vão? Quantas indecisões?

Tal como a imagem, não olho para trás, mas também não olho em frente...Onde nos levam os nossos pés? Onde nos leva a nossa mente?

Vamos caminhando, não esquecendo o passado, não olhando o futuro, apenas, vivendo o presente...porque não há a estrada da vida, a vida é que é a estrada...
HEsteves