quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Tu, Meu"

Aqui deixo algumas passagens do livro, "Tu, Meu":
" Que vale o meu solo face ao vosso coro."
" O peixe só é peixe quando está no barco. É um engano gritar que o apanhaste mal morde e sentes o peso dele a vibrar na mão com que aguentas a linha.O peixe só é peixe quando está a bordo. Deves puxa-lo para fora do fundo, com um movimento suave e regular, agil e sem sacões. Senão perde-lo."
"(...) tinha compreendido que naquela rapariga havia uma desolação impenetrável, que não deixava ao amor mais que a evasão de um sorriso."
" Nada (...), podias dizer esta palavra escavando-a de dentro da impotência, do terror- nada, há nadas que nunca mais nos largam. Cada vez que ouço dizer a palavra nada, sinto que não é uma palavra verdadeira, que não a sabem dizer."
" Eu nem o mar entendo. Não sei porque é que um barco fica à tona, porque é que o vento e a borrascafazem ondas no mar e poeira em terra. Vivo do mar e nasci nele e não o entendo. E afinal o que é ele? É só mar, água e sal, mas é fundo, mesmo fundo."
" Queria tentar estar perto de ti. Quero crer que é possivel, mesmo que não por agora, mesmo que seja de longe. Sinto a necessidade de esperar por alguém que não se pareça com mais ninguém e tu és assim(...)"
" (...) Depois de mortos somos todos iguais, mesmo os inimigos morrem a pedir ajuda. (...)"
Erri De Luca in " Tu, Meu"

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