sábado, 5 de maio de 2012

Não quero dar um “ar” sarcástico nem malicioso a este pequeno texto! Não sou jornalista, nem cronista e muito menos escritora, venho como mulher … mas sobretudo como humana … isto será só um desabafo… não sei se poderei considerá-lo uma “crítica” ou apenas uma indignação. Não pretendo de todo ferir susceptibilidades, mas se estas palavras fizerem moça, é porque certamente o destino quis que as lesse.

Sempre gostei das coisas simples da vida, daquelas, coisas, que são quase “transparentes”, como o simples facto de adormecer e acordar… Mas as “loucas” paixões humanas vêm contrariar esta minha máxima. A verdade é que nunca tive muita sorte no amor, acabei sempre por acomodar desilusões atrás de desilusões, porque sempre me apaixonei por pessoas difíceis, ou, talvez, apenas situações complicadas, tornando-se em histórias impossíveis… Mas sabem o que devia ser, mesmo, impossível?

Devia ser impossível amores “enfeitados”, não sei se me faço entender, enfeites, daqueles, que tornam as relações mais pesadas, que tornam a relação tudo, menos uma mentira… devia ser impossível ouvir-se um “amo-te” saído, somente, da boca e não do coração, e não pensem que é a pessoa que ouve a mais enganada…Não! O mais enganado é aquele que mais mente…devia ser impossível que alguém que dorme a nosso lado sonhe com uma outra pessoa, pressupondo-se assim, que existem três pessoas menos bem, devia ser impossível... Já imaginaram quantas “três” pessoas andam por ai a brincar às relações e aos amores? Devia ser impossível “usar” os sentimentos dos outros, devia ser impossível ser tão indigno de alguém…devia ser impossível fazer com que uma destas três pessoas se sentisse lixo… Afinal, o lixo é reciclável é certo, e as pessoas são versáteis, mas as pessoas têm caracter, têm coração, são humanas… são únicas… e nenhuma, por mais pecadora que possa ser, merece de alguma forma que outra tão pecaminosa quanto ela ou ainda mais, venha destruir o quer que haja de bom…Porque é assim, com estas e com outras que as coisas boas se perdem, que as pessoas se transformam, que o amor, o amor a sério, se torna quase uma raridade…

E se por um lado, penso não ter muita sorte no amor, por outro acho-me uma verdadeira mulher de sorte… pelo menos não tenho nenhum enfeite… pelo menos não durmo com ninguém que sonha com outro alguém, pelo menos ninguém me faz declarações de amor repetidos a um outro nome… Sim, porque as pessoas são como a roupa que eu já não uso e dou… a roupa é a mesma, o corpo é que é outro…

Um dia que o amor me bata à porta que venha cheio de raridade… Afinal percebo que, hoje em dia, ser diferente, ainda, vale muito a pena.

HEsteves

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