sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

3ª Carta...


Esta é a terceira carta, e apesar de dizerem que o numero três é sinónimo de perfeição, venho contrariar a ideia.
A perfeição não é uma forma mas um estado, todos podemos ser perfeitos na nossa imperfeita forma de estar…não interessa se falhamos, mas sim se somos capazes de corrigir a falha e encontrar a paz dentro de nós mesmos…como se costuma dizer, não importa se caímos, mas sim o modo como nos levantamos a seguir.
Assim, esta carta dirige-se a todos aqueles que de manhã ao acordar pensam: “ Mais um dia! Como vou enfrentar mais um desfiladeiro de 24 horas!”. Esta carta é para todos aqueles que entraram na apatia, entregaram-se à derrota, à desmotivação, à vontade de não querer viver mais, é para aqueles que já pensaram em acabar com a vida, para aqueles a quem o destino nem sempre sorriu, para aqueles que se sentem incompreendidos e abandonados, para aqueles que não são mais fracos que ninguém, mas, que apenas falharam…Falharam quando se esquecerem deles próprios, quando deixaram de sentir o vento, ver o brilho do sol, ouvir uma gargalhada, até mesmo de sorrir…
Sei que a depressão não é facilmente compreendida nem aceite, é muito mais fácil para quem está de fora, apoiar alguém que partiu uma perna, do que alguém que partiu a alma...
Eu não sou médica nem psicóloga, pouco ou nada saberei dizer sobre este assunto, apenas posso dizer que também já senti a alma partida, que também já chorei, que também já me senti sozinha e incompreendida, mesmo sabendo que estava rodeada de gente, que também já corri para o silêncio, que também já tive dias que não me apetecia sequer levantar da cama, que também sei que a depressão doí…por isso também sei dar valor…contudo devo dizer-vos…não há nada, nem ninguém, que mereça o nosso sofrimento, “aqueles que merecem as nossas lágrimas são aqueles que jamais nos farão chorar”, sei que falar é fácil, e que certamente chorarei, ainda, por quem não merece, mas também sei que a vida é demasiado curta para a vermos passar como público passivo…é certo que a “felicidade” também não existe, também ela é um estado, e porque não ser feliz?
“ A felicidade é qualquer coisa que depende mais de nós mesmos, do que das contingências e das eventualidades da vida" (Júlio Dantas)
HEsteves

Sem comentários:

Enviar um comentário