Chegou discretamente pela multidão.
Vestia uma saia floreada em tons de azul, a blusa branca contrastando com a pele queimada, cabelo longo e escuro…Não tinha nada que a distinguisse, uma mulher à semelhança de tantas outras.
Sentou-se com as suas amigas e, prudentemente, observava todo o ambiente
A certa altura esse corpo, talvez, tão impotente quanto a alma de muitos de nós, aguçou-lhe, ainda mais, o interesse quando num acto irreflectido se estagnou frente a esta mulher e a olhou por entre o copo de cerveja que levava aos lábios.
Ele olhou-a com um olhar de rancor e ela olhava-o com uma ponta de ironia, perceptível no seu sorriso, tornando a malícia uma metáfora.
Foi um olhar intenso, ambos sentiram a sua robustez, e apesar de ter tido uma extremidade negativa, aqueles dois corpos cruzaram, por breves instantes, a saudade cada vez mais perdida e deteriorada pelas atitudes do ser humano.
Espectacular!
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