Há historias assim, que irracionalmente compõe os nossos dias, tornando-os uma rotina tão igual aos que vivem cheios de moral e razão… Há histórias loucas que acabam por dar tão certo como, as que aparentemente são estritamente, corretas… outras acabam por dar errado, e, na verdade, tanto pode bater na porta da ética como na da desordem…
Durante muito tempo ela não percebia qual a razão que a levava a cambalear ao sabor daquela maré, era como se fosse um navio sem marujo, já sem comando, mas, ainda, nas ondas arrebatadoras do mar … e livremente foi navegando… tocou na brisa suave, suportou tempestades, cruzou outros navios, fez conhecimentos, foi olhada por outros marinheiros, aliciada para novos cruzeiros… mas manteve-se ali, intacta e serena, cheia das suas dores e das suas alegrias, banhada de uma esperança “desentendida” por todos, e ao mesmo tempo era tão livre e leve…
Depois de muito tempo… de horas de angústia, de meses de espera, algo teria mudado na sua rota, é como se finalmente tivesse chegado uma placa a dizer “ navega agora, que eu estou contigo…” mas como esta é uma daquelas histórias irracionais, que extrapolam a perceção de qualquer um, ela parece responder: “ agora que te tenho, já nem sei se quero…” no entanto, olhamo-la e continuamos a vê-la ali, inerte e sensata, mesmo sabendo que é uma loucura, uma irracionalidade se ela não for…
HEsteves
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