sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Por amor se vive, por amor se morre...

Querida Isabel…

Uma vez disseram-me “ Que não há amores para a vida”. Mas isso não passa de uma mentira! Porque a verdade é que eles existem…porém nem sempre acabam com a comum frase: “ Felizes para sempre.”

Mas o amor é de difícil definição. Ele é como um vírus mutante, chega quando menos esperamos, nem sempre é compreensível, nem sempre tem razão de ser…o amor pode ser como um anjo ou um diabo, uma dia de sol ou um dia de chuva, como uma ventania ou uma brisa suave…não escolhe hora nem data, não escolhe momentos, idades, terras, cores, feitios, nomes, pessoas certas…

De certo, foram várias as interrogações que te assombraram, sei que perguntaste inúmeras vezes como pude tornar-me uma pessoa, completamente, inversa à que conheceste, sei que perguntaste como pude amar alguém tão igual ao que nunca quis que fosses…mas talvez nunca tenha sido amor… mas apenas raiva, carência, tristeza, frustração… Frustração de saber que aprendeste a montar a cavalo, a tocar bateria, que leste livros e livros de seguida, que tiveste aulas de dança, que te dedicaste a uma coluna sentimental e te interessaste por temas como futebol e protecção civil, não para me agradares ou para me reconquistares, mas sim, para me esqueceres, e à medida que me esquecias, ias-te tornando uma mulher cada vez mais interessante e inalcançável para mim…sei que muitas vezes também foste incompreendida, julgada e criticada, mas sabes bem, que é mais fácil entender a dor de alguém que partiu uma perna do que a dor de alguém que partiu a alma…

Conta a lenda, que quem não tiver sido fiel ao seu coração, não deve engolir uma, única, gota da água da Fonte dos Amores, dizem que a única forma de limpar um coração é sufocar-lhe a respiração até os seus batimentos deixarem de se ouvir…agora percebo porque apenas aqueles velhinhos que víamos de mão dada, enchiam garrafões e garrafões desta fonte…a minha liberdade levou-me à minha solidão…estou cansado da minha própria passividade…estou cansado de saber que fui a melhor e a pior coisa que te aconteceu… estou cansado de ser incapaz de lutar pela mulher que sempre amei e que sempre me amou, assim, bebo três golos desta água, na esperança que a lenda seja mesmo verdadeira…sabendo que pior que a ilusão que sempre representei, é a desilusão que sou hoje…

Bem sabes que nunca acreditei em Deus, contudo, hoje rezo para que ele exista e me dê a oportunidade do teu perdão…nem sabes como desejo que, ainda, não me tenhas deixado de amar…Pois segundo a 1ª Carta aos Coríntios: “ O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta…”

" Por amor se vive, por amor se morre", Helena Esteves





1 comentário:

  1. vi um ia destes uma entrevista a miudos cuja a pergunta era como defeniam o amor. Após várias do género, é gostar muito, é dar beijinhos, namorar... ouve uma miuda que se destacou pelas palavras e pelo seu olhar, ela disse "o amor deve ser uma coisa muito dificil"...
    e é isso mesmo que eu penso, dificil e trabalhoso...

    Gostei muito de conhecer este cantinho.
    Obrigada pela visita.
    beijos e bom fim de semana

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