terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Baús da Alma...

Maria perdera a noção do tempo...já lá vão dois ou três anos, ou talvez até quatro, mas o certo é que já foram muitos os minutos contados, os dias perdidos, o tempo desperdiçado... E, até agora, Maria guardara-o no baú da Saudade, correndo até lá para o ver, ouvir, sentir...sempre que a vontade aperta... Hoje Maria sabe que o mais sensato era guardá-lo no baú das Recordações, sossegado e arrumado, fazendo, apenas, memória do passado.
Porém parece, já, não fazer sentido no baú da Saudade, mas parece não caber, ainda, no baú da recordação...e Maria fica sem saber onde o colocar, talvez o baú da Tristeza fosse acertado, mas Maria faz justiça às alegrias deixadas, mas no das alegrias também não seria correcto, foram demasiadas as desilusões...e poderia colocá-lo aqui... No entanto, Maria não gosta deste baú...prefere acreditar que as ilusões podem ser reais, que podem fazer-nos mais felizes, que os sonhos são para serem sonhados, que a esperança é para ser mantida, que o amor deve permanecer acima de qualquer tipo de mágoa...
E assim, resolve colocá-lo num baú em branco, sem estigma ou protocolo, guardá-lo num baú neutro, sem nome, sem cheiro, sem história...
Talvez Maria, até, saiba o nome desse baú, apenas não queira acreditar que seja possível guardar alguém no baú da Indiferença, que mais tarde acabará por ser arrastado para o canto do esquecimento...

HEsteves

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