sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A dor das "Pétalas"...



Usava um vestido leve e esvoaçante, prendia o cabelo escuro com um travessão dourado, na mão levava uma frágil Margarida, e descia pela rua num ar tão sublime e descontraído que parecia caminhar sozinha pela calçada.
Sem mais nem menos “paralisou”, ficou como estátua. A sua visão alcançara algo. A rua parara, era como se não houvesse movimento à sua volta, os sons ecoaram, apenas se ouvia o bater descompensado do seu coração, tum-tum-tum-tum, o sol escondeu-se nas nuvens, o vento cortava o ar…alguém caminhava na sua direcção, olhou-a nos olhos e pronunciou: “ Eu gosto de ti”.
Ela deixou cair a flor no chão, não conseguiu balbuciar uma palavra…ele baixou-se, apanhou a flor, esticou-lhe o braço e repetiu: “ Eu gosto de ti”.
Ela respondeu-lhe: “ Tu serás, certamente, quem eu mais gosto”, pegou na flor e à medida que a desfolhava dizia: “ Mas preciso de respeito, amizade, admiração, sinceridade, carinho, fidelidade, amor… pois sem isto não seriamos nada, tal como a flor sem pétalas…A beleza está no conjunto e não num só…Não penses que podes suportar a felicidade só contigo, ou serás o mais infeliz de todos…”
Escorregou-lhe uma lágrima pela face, virou costas e correu…ele ficou ali, cheio de pétalas aos pés…


HEsteves

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