terça-feira, 17 de abril de 2012

Todos sabem, sem ninguém saber...

“Todos “sabem” mas ninguém diz…”

Que tenho saudades das manhãs que ia enrolada a um cobertor, e me deitava na cama da minha avó…

Que tenho saudades de andar de bicicleta pelas arruadas…

Que tenho saudades da canjinha e do pãozinho com manteiga da minha outra avó…

Que tenho saudades das viagens de todos os fins-de-semana e das touradas…

Que tenho saudades de ter medo de ir para a escola…

Que tenho saudades das brincadeiras e das birras…

Que tenho saudades da embirrância de certos rapazes…

Que tenho saudades de acordar cedo para apanhar o autocarro…

Que tenho saudades da escola secundária e de todos os que preenchiam os meus dias…

Que tenho saudades de ser caloira…

Que tenho saudades do tempo em que era mimada pelo meu ex…

Que tenho saudades de ser veterana…

Que tenho saudades das minhas colegas sentadas no banco da entrada à minha espera…

Que tenho saudades dos trabalhos e das noites de farra…

Que tenho saudades de chorar de tanto rir das intermináveis tonteiras…

Que tenho saudades de trabalhar a favor de quem precisa…

Que tenho saudades de amigos que fui “perdendo”…

Que tenho saudades da paz que alguém me voltou a tirar …

Que tenho saudades que me venham trazer a casa…

Que tenho saudades dos telefonemas de sábado de manhã…

Que tenho saudades do beijinho das segundas-feiras às seis da tarde…

Que tenho saudades de acordar sem ninguém na mente e no coração…

Que tenho saudades de não sentir saudade…

Mas isto ninguém diz…

Talvez porque o que faz, verdadeiramente, uma pessoa ser o que é…ninguém saiba…

HEsteves

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